Governo não debate carreira e reafirma reajuste zero para 2024 em mesa específica com a educação
Mais uma vez, faltaram respostas na terceira rodada da Mesa Específica e Temporária da Carreira, entre governo e servidores das instituições federais de ensino, realizada nessa quinta-feira (22). A expectativa era de que o Executivo apresentasse um posicionamento a respeito da reestruturação das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), defendida pelo ANDES-SN, o que não aconteceu.
“Os representantes do governo demonstraram total despreparo e desconhecimento dos princípios que deveriam nortear as nossas carreiras”, avaliou a segunda vice-presidenta da Regional Leste do ANDES-SN, Clarissa Rodrigues, presente na reunião.
O que aconteceu na reunião?
No encontro, o governo não debateu os princípios sobre os quais foram construídas as carreiras nem as reivindicações específicas dos docentes. Os representantes dos Ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e da Educação (MEC) propuseram apenas a aplicação do índice já colocado pelo governo: 9% de correção linear, parcelados em 2025 e 2026.
Durante a reunião, o ANDES-SN também cobrou o fim da cobrança do registro de ponto eletrônico para docentes do EBTT. O MGI solicitou posicionamento do MEC sobre o tema. O representante do Ministério da Educação disse que “tinha tendência em concordar com o mérito, mas que precisava ouvir o jurídico”. As pastas se comprometeram em encaminhar uma resposta no prazo de 15 dias.
Congresso do ANDES-SN vai debater carreira docente
Clarissa frisou ainda que o 42º Congresso do ANDES-SN, que começará nesta segunda (26), vai aprofundar o debate sobre a carreira docente e as estratégias de luta da categoria. “A discussão sobre carreira estará presente em nosso congresso. É importante avançarmos na compreensão da nossa proposta de carreira e intensificar a mobilização para forçar a negociação com o governo, tanto sobre reajuste, em conjunto com as demais categorias que compõem o Fonasefe, quanto sobre a reestruturação da nossa carreira”, afirmou.
A ASPUV estará presente no Congresso, que é a mais importante instância deliberativa da categoria.
Mesa Nacional de Negociação Permanente
Atualmente, as negociações entre governo e servidores ocorrem em três categorias, que integram a Mesa Nacional de Negociação Permanente. A divisão ocorre da seguinte forma:
- Mesa Central: responsável por negociações de caráter geral para o conjunto dos servidores e consolidação de eventuais consensos alcançados por meio de Termo de Acordo, exemplo é a recomposição linear (a próxima reunião está marcada para a quarta, 28/2).
- Mesas Específicas e Temporárias: correspondem às negociações de pautas específicas apresentadas pelas carreiras, que possuem impacto orçamentário.
- Mesas Setoriais: organizam os debates sobre as pautas apresentadas pelas bancadas sindicais e dão encaminhamento às tratativas coletivas de caráter específico, que são isentas de impacto orçamentário e amparadas nas competências do órgão.
Lembrando que todas as notícias relacionadas às negociações e à campanha salarial dos servidores podem ser lidas aqui.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV a partir de texto do ANDES-SN)