Proposta de corte no salário dos servidores ganha força
Vem ganhando força, nos últimos dias, a ideia de corte no salário dos servidores públicos. Essa possibilidade já estava contida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186, conhecida como PEC Emergencial, em tramitação no Congresso. Mas alçou novo patamar com a pandemia do Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Nessa terça-feira (24), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a redução salarial do funcionalismo. O objetivo seria poupar recursos em tempos de recessão econômica. Segundo Maia, estariam excluídos da medida servidores que ganham menos ou estão na linha de frente no combate à pandemia. No fim, seria realizado um corte de 15% a 20% sobre as remunerações dos demais.
Na noite do mesmo dia, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) protocolou um projeto de lei que prevê o corte para os servidores públicos que recebem acima de R$ 5 mil durante o estado de calamidade pública. Pelo texto, seriam aplicadas uma redução de 10% para aqueles que recebam até R$ 10 mil e outras entre 20% e 50%, para quem ganha a partir desse valor. A medida atingiria trabalhadores dos três poderes, exceto aqueles das áreas de saúde e segurança pública.
O canal CNN Brasil já havia divulgado, poucos dias antes, que lideranças do Congresso articulam uma proposta de redução de 10% para quem ganha até R$ 10 mil e de 20% para os que recebem acima.
PEC Emergencial alterada, mas sem proibir corte no salário dos servidores
Diante do cenário de pandemia, o relator da PEC Emergencial no Senado, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), disse que vai autorizar a criação de despesas no setor público enquanto durar a calamidade pública. O parecer, no entanto, não altera a possibilidade de corte nos salários dos servidores federais, estaduais e municipais.
As alterações propostas visam dar celeridade à tramitação da PEC, que se encontra parada no Senado com o avanço da Covid-19.
Solução é revogação do Teto de Gastos
A necessidade de liberar recursos para que o país consiga adotar medidas efetivas de combate ao coronavírus voltou a colocar em xeque a Emenda Constitucional (EC) 95, que estabeleceu o Teto de Gastos. A falta de verbas públicas vai levar o país ao colapso.
O decreto, que estabeleceu estado de calamidade pública no Brasil, consequentemente, flexibilizou o cumprimento da meta fiscal este ano. Mas, embora tenha solicitado a medida para ampliar o investimento em saúde em função da pandemia, o governo mantém o projeto de desmonte dos serviços públicos. Em nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, foi reafirmada a necessidade de reformas e da manutenção do teto.
“Entendemos que é fundamental a revogação da EC 95, para garantia de investimento efetivo de recursos na saúde pública, nas universidades públicas, institutos federais, Cefets e nos centros de ciência, onde inclusive são desenvolvidas as pesquisas necessárias para a saúde pública e combate de doenças e crises como a que enfrentamos no momento”, analisou a diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e encarregada de assuntos jurídicos, Mariana Trotta.
Brasil ataca trabalhadores e vai na contramão do mundo
A possível redução salarial dos servidores se soma aos outros ataques contra os trabalhadores, desferidos pelo governo nesta pandemia, como a Medida Provisória (MP) 927. Essas ações colocam o Brasil na contramão do restante do mundo, que tenta preservar empregos, direitos e garantias durante a crise.
No Reino Unido, foi estendido o pagamento de licença médica a todos os trabalhadores em quarentena, deve ser concedido apoio econômico para pequenas empresas e o governo pode cobrir até 80% dos salários para evitar demissões. França e Espanha também ampliaram a licença médica para os moradores que devem permanecer em casa em isolamento. Já Portugal vai conceder um auxílio financeiro aos autônomos.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)
Precisa cortar tbem em tudo que for tarifas. Sejam públicas ou não. Tudo que for preços: corte geral. Servidor público não pode pagar essa conta sozinho. Precisamos de lideranças de verdade. Já passou de se fazer debate conjunto entre ENTIDADES DE CLASSES aqui em Viçosa. Depois que a vaca for brejo já era. Não sei o quê estão esperando.