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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Sindicalista e LGBTQIAP+, professor de universidade estadual é assassinado no Maranhão

Um professor da rede básica e também docente substituto da disciplina de Libras da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul) foi assassinado em Açailândia (MA), distante 562 km da capital São Luís. O corpo de Neylson Oliveira foi encontrado em um matagal com ferimentos e sinais de tortura.

Oliveira era militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), sindicalista e LGBTQIAP+. Foi integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMA e do Programa Nacional de Educação por Reforma Agrária (Pronera). Em 2021, esteve no comando de greve de uma grande paralisação protagonizada por professores e professoras de Açailândia. “Existem suposições de que teria sido um latrocínio e, pelo requinte de crueldade dos criminosos, não resta dúvida que esse crime está também atravessado por LGBTfobia”, afirmou em nota o PSTU.

Assassinato de um dos melhores quadros do estado

A Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma Seção Sindical do ANDES-SN) também lamentou profundamente a morte, que classificou como um “assassinato frio, covarde e cruel”.

“Tiraram da gente um de nossos melhores quadros. Impossível, na história recente das lutas sociais no Maranhão, não lembrar da figura pacata e ao mesmo tempo firme de Neylson, o Ney do movimento estudantil, o professor Neylson, para seus alunos da rede pública de Açailândia. Aquele que sequer disputava espaço no âmbito da militância, e que quando interrompia alguma fala era para garantir que a anterior fosse respeitada – geralmente quando uma mulher era cerceada ou interrompida”, disse  a Apruma em nota.

A entidade lembrou o grande histórico de lutas do professor: “era um garoto que exigia que a Reitoria da UFMA respeitasse a própria instituição – ironia das ironias -, somos privados de tua companhia justo no Dia do Estudante. Era um cidadão dormindo nos corredores da Câmara Municipal de São Luís, peitando a Casa que virava as costas para a cidade, ou quando seguia sem temer, diante de policiais armados, quando nas marchas pelo transporte público digno nas ruas do centro da capital, ou participando de Assembleias Populares. Era um professor, na melhor acepção do termo, exigindo que a Prefeitura de Açailândia respeitasse a categoria”. 

A nota ressaltou ainda o protagonismo do docente na luta em defesa da Educação Pública, contra a LGBTQIAP+fobia, o racismo, a violência no campo e nas periferias. “Por tudo que representa, não silenciaremos ante a tortura de que foi vítima. Juntos e juntas exigiremos das autoridades elucidação dessa barbaridade. Em nome da justiça que tanto buscou em vida”, concluiu a Apruma.

(Assessoria de Comunicação do ANDES-SN com edições da ASPUV)

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