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O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) acionou a justiça para que o ministro da educação, Abraham Weintraub, explique-se sobre as declarações dadas a respeito da produção de drogas dentro das universidades. Em entrevista ao Jornal da Cidade, Weintraub acusou as instituições de abusarem de sua autonomia para cultivar “plantações extensivas de maconha” (SIC) ou mesmo desenvolver “laboratório de droga sintética, de metanfetamina”

“Para além da gravidade das declarações, que ofendem as universidades federais perante a opinião pública, não foram apresentados quaisquer elementos que demonstrassem a sua veracidade e muito menos as providências cabíveis legais que tenham por ele sido adotadas frente a esses fatos. Nesse sentido, é possível apontar a ocorrência de lesão na esfera moral de toda comunidade universitária frente as levianas acusações promovidas e eventualmente a prática de crime pelo Requerido”, diz um trecho da interpelação.

Ofensas às universidades e aos servidores

Segundo o documento do Andes-SN, comprovada a ausência de dados que embasem a declaração, o ministro atentará contra o que prevê a Constituição Federal. Em seus artigos 206 e 207, a Constituição determina que, entre outros, a educação será ministrada com base na valorização dos seus profissionais e assegura às universidades autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial.

“As declarações, por um lado, deixam de valorizar os docentes, os servidores técnicos, os discentes e, mormente, as Universidades, ao atribuir-lhes condutas aéticas, imorais, ilícitas e criminosas. Estes pronunciamentos do Ministro representam um ataque infundado à premissa constitucional de oferta de ensino gratuito, público e de qualidade, em relação às quais deve guardar o mais restrito respeito” analisa o sindicato nacional.

A interpelação na íntegra pode ser lida aqui.

UnB desmente ministro

Após a repercussão negativa de sua entrevista ao Jornal da Cidade, Weintraub foi ao ser perfil no Twitter reiterar a posição de que há sim drogas nas universidades. Para isso, postou vídeo de uma reportagem de 2017, que mostrava uma apreensão de pés de maconha em um terreno que seria da Universidade de Brasília (UnB).

Prontamente, o ministro foi desmentido pela instituição. Em comunicado, a UnB informou que a área em questão fica próxima a um de seus campi, no entanto não a pertence. Segundo noticiado pela Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj), o terreno, na verdade, é controlado pela Marinha.

*Crédito da foto: divulgação Internet

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)