Servidores federais realizam ato em defesa da recomposição salarial
Servidores federais de todo o Brasil se reuniram em Brasília (DF), na última terça-feira (31), para um dia de luta em defesa da recomposição salarial. A categoria cobra a abertura imediata de negociações com o Governo Federal que, desde janeiro – quando a pauta de reivindicações foi protocolada pela primeira vez, não recebe os representantes do funcionalismo para efetivo diálogo.
Integrantes do ANDES-SN participaram da mobilização, que se iniciou pela manhã no Espaço do Servidor, localizado na Esplanada dos Ministérios. No local, a Polícia Militar não autorizou a utilização das caixas de som, com a justificativa de que a ação seria ilegal em função de uma um decreto que veda o uso de equipamentos de amplificação sonora nas proximidades dos ministérios. Após negociações, os servidores puderam fazer as suas falas do carro de som e a marcha seguiu até o canteiro central da Esplanada.
“Apesar de toda essa política que o Bolsonaro vem aplicando no país, entregando as empresas públicas e os serviços públicos ao setor privado. Nós, com muita força e unidade, conseguimos evitar a tramitação da PEC 32 (reforma administrativa) que, embora ainda esteja engavetada, representa ataques aos servidores e o desmonte dos serviços públicos. Esse é um governo que é a favor da barbárie, do assassinato de indígenas e de trabalhadores do campo e da cidade, da destruição do meio ambiente. Então, precisamos, nas ruas, romper com essa realidade”, disse o dirigente da CSP-Conlutas, central sindical à qual o ANDES-SN é filiado, Paulo Barela.
Durante o ato, o sindicato nacional destacou também os ataques à educação, evidenciados pelo recente bloqueio orçamentário e pela possibilidade de cobrança de mensalidade nas universidade. “A luta nas ruas, nas universidades, nos institutos federais e nos Cefets é um processo que não surgiu hoje, mas que vem sendo pautado na mais ampla unidade e na compreensão de que este governo é inimigo da educação pública. E a prova disso é que no mesmo momento em que o governo anuncia um gigante corte orçamentário que atinge a educação, o ensino, a extensão, a pesquisa e a assistência estudantil, ele tenta aprovar uma lei que quer acabar com a gratuidade no ensino público nas universidades, institutos e Cefets”, afirmou o segundo vice-presidente da Regional Nordeste I , Cláudio Mendonça.
Campanha unificada pela recomposição salarial
Em 18 de janeiro, os servidores, organizados no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e no Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), deram início a uma campanha de mobilização conjunta pela recomposição de 19,99%. Na data, foi protocolada pela primeira vez a pauta de reivindicações junto ao Ministério da Economia, mas, ate agora, o governo permanece sem abrir negociação. Diante da falta de diálogo, algumas categorias do funcionalismo federal chegaram a deflagrar greve.
A recomposição emergencial de 19,99% se refere à inflação acumulada durante a gestão de Jair Bolsonaro, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE). O funcionalismo também reivindica a revogação do teto de gastos (Emenda Constitucional nº 95) e derrubada total do projeto de reforma administrativa (PEC 32).
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(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações do ANDES-SN)