Quinze motivos para ser contra o Future-se
A proposta representa abrir caminho para a ampla privatização das instituições, por meio de medidas, que ferem a autonomia, o compromisso com o desenvolvimento social e o caráter crítico das instituições, instituindo a plena lógica de mercado.
Por isso, a ASPUV listou 15 motivos pelos quais o Future-se deve ser rechaçado.
Confira a seguir:
- O projeto foi construído de maneira autoritária sem consulta ou diálogo com a comunidade universitária;
- Retira a responsabilidade do Estado de fornecer educação aos brasileiros. O ensino e a ciência são setores estratégicos, por isso recebem maciços investimentos públicos nos países mais desenvolvidos e que mais cresceram nas últimas décadas;
- As atividades das instituições ficam a serviço do mercado e não da comunidade. Empresas querem lucro, não retorno social.
- A contratação sem concursos públicos põe fim à liberdade em sala de aula e na condução de pesquisas;
- O modelo de captação de recursos coloca em desvantagem universidades distantes dos grandes centros urbanos;
- Está articulado a outros projetos de desmoralização e sucateamento das universidades, como o contingenciamento orçamentário, o corte de bolsas e o fim da estabilidade dos servidores;
- Coloca freio no processo de democratização do acesso ao ensino superior público, que estamos vivenciando nos últimos anos;
- Fere de morte a autonomia das universidades, prevista na Constituição Federal, ao deixá-las subordinadas aos interesses do mercado;
- Entrega à iniciativa privada um patrimônio construído ao longo de décadas e que é do povo brasileiro;
- O governo não tirou do ensino superior para investir no básico. Diversos projetos da educação básica não receberam repasses federais este ano. Da mesma forma, é mentira que o Brasil gasta muito com as universidades. Em 2015 e 2016, 1% do PIB foi para o ensino superior;
- Quebra o tripé que norteia a universidade pública brasileira ao deixar completamente de lado a extensão;
- Universidade é muito mais do que só local de inovação. Par citar apenas alguns: é espaço de formação crítica e de trabalhadores qualificados; de formulação do pensamento brasileiro; de desenvolvimento de pesquisas com impacto social e de projetos de extensão, que atendam às demandas da população.
- E mesmo assim a inovação já está presente nas instituições. A maioria das startups brasileira vem de universidades públicas;
- Com o fim dos concursos e sem mais explicações sobre o assunto, não se tem garantias sobre como ficarão as condições de trabalho de técnicos e professores;
- O poder público é o grande responsável pelos investimentos em ciência no mundo! Nos Estados Unidos, 60% dos recursos para pesquisa são públicos. Na Europa, 77%.
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– Sete mitos sobre a universidade pública brasileira
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)