Aspuv

Seção Sindical dos Docentes da UFV
2.575 trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de escravo em 2022, no Brasil

O Brasil somou, apenas em 2022, 2.575 pessoas resgatadas em condições análogas às de escravo. Minas Gerais foi o estado com o maior número de fiscalizações do tipo (117), o que resultou em 1070 resgates, sendo 273 apenas em uma operação, realizada no município de Varjão de Minas, em uma área de cultivo de cana-de-açúcar. Na sequência, aparecem Goiás (49) e Bahia (32).    

Os dados foram divulgados esta semana pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego em função do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, 28 de janeiro. A data faz alusão ao episódio conhecido como Chacina de Unaí. No dia, em 2004, os auditores fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram assassinados em uma emboscada, durante uma fiscalização.

Os números de 2022 ainda podem ser retificados, já que há ações que permanecem em andamento.

Homens negros e nordestinos são a maioria dos resgatados

Em relação ao perfil dos trabalhadores resgatados em 2022, 92% eram homens, sendo que 29% deles tinham entre 30 e 39 anos. Mais da metade (51%) residia no Nordeste e 58% eram naturais dessa região. Entre os resgatados, 83% se declaravam negros,  15% brancos e 2% indígenas; 23% tinham o 5º ano incompleto e 20%, do 6º ano ao 9º ano incompleto. Outros 7% eram analfabetos. Mais um dado destacado pelo ministério é relativo ao número de imigrantes: foram 148 encontrados nessas condições, o dobro de 2021. Paraguaios foram a maioria (101), seguidos por bolivianos (25) e venezuelanos (14). Também foram resgatados 35 crianças e adolescentes, sendo 24% em plantações de café. 

O cultivo de cana-de-açúcar foi a atividade com o maior número de trabalhadores encontrados: 362. Na sequência, apareceram atividades de apoio à agricultura (273), a produção de carvão vegetal (212), o cultivo de alho (171), o de café (168), o de maçã (126), a extração e o britamento de pedras (115), a criação de bovinos (110), o cultivo de soja (108), a extração de madeira (102) e a construção civil (68).  Do total das ações, 73% ocorreram na área rural, setor que acumulou  87% dos resgates.   

Mais de 60 mil trabalhadores resgatados desde 1995

Somados os dados de 2022, o Brasil alcançou a marca de 60.251 trabalhadores resgatados de condições análogas às de escravo desde que os grupos especiais de fiscalização móvel foram criados, em maio de 1995. O ano com o maior número de resgates foi 2013 (2.808). Já o estado com mais trabalhadores encontrados, ao longo desses 27 anos, é Minas Gerais (8.722). 

Todos os dados são do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, que pode ser acessado aqui

(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações do Ministério do Trabalho e Uol)

 

 

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.