Aspuv

Seção Sindical dos Docentes da UFV
Ata de criação da Apuremg.



Década de 1960. A Universidade Federal de Viçosa ainda era a Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (UREMG). Nesse período, nasceram importantes projetos e cursos da instituição, como os seus primeiros programas de pós-graduação, a graduação em Engenharia Florestal (a primeira do país nessa área) e o então Colégio Universitário, atual Colégio de Aplicação (CAP-Coluni). Os prédios iam crescendo pelo Campus Viçosa e, dessa década, datam construções como a Biblioteca Central (posteriormente ampliada).



Era um cenário de transformações internas na instituição e um conturbado momento político no país. Foi nesse contexto, que 55 professores da UREMG se reuniram em uma assembleia, no dia 01º de junho de 1963, e criaram a Associação dos Professores da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (Apuremg). Segundo consta no Regimento Interno, era a segunda associação docente fundada no país.



Primeiros anos

O livro Aspuv: Dois Períodos de Sua História (sua versão digitalizada está disponível neste link), elaborado como parte das comemorações pelos 30 anos da entidade, frisa o caráter reivindicatório com o qual já nasceu a Apuremg. Segundo o material, a associação foi fruto da luta e da organização dos professores que, um ano antes, já haviam realizado o que chamou de “movimento de greve”. O material ressalta ainda que, apenas quatro dias após a sua fundação, a entidade já enviou uma carta ao então governador de Minas Gerais, José Magalhães Pinto, tratando do pedido de reajuste salarial para a categoria.



Assembleia Comunitária realizada em Viçosa, em 2001.



Essa busca por melhores condições de trabalho é reforçada pela professora Lúcia Maffia, participante da assembleia de criação e primeira mulher a assumir a presidência do sindicato. Em depoimento concedido ao Jornal da Aspuv em 2017, ela lembrou: “a associação, desde sua fundação, participa de movimentos reivindicatórios em prol de seus associados: o problema mais sério que tínhamos naquela época era a questão salarial. Salários baixos e atrasos nos pagamentos de quatro, cinco e até oito meses. Uma situação insuportável e impossível de ser vivida nos tempos atuais”.



Ainda nesses primeiros anos, diante de sucessivos problemas financeiros, outra questão que ganhou destaque foi a busca pela federalização da universidade. Além de levar o debate a assembleias, a associação criou uma “Comissão de Federalização”. Finalmente, em julho de 1969, a instituição deixou de ser vinculada ao Estado de Minas Gerais para passar a ser a Universidade Federal de Viçosa. Dessa forma, a então Apuremg mudou de nome e virou a Associação de Professores da Universidade Federal de Viçosa, cuja sigla, Aspuv, a entidade carrega até hoje.



Décadas de 1970 e 1980

Aspuv Notícia de 1980.



Com a federalização da universidade e em plena vigência da Ditadura Militar, pautas de cunho interno ganharam força na associação. Logo após a mudança de Apuremg para Aspuv, tiveram destaque questões com o funcionamento do posto de abastecimento da UFV, a melhoria da assistência médica e o critério para distribuição de casas para os docentes, como também relata o livro Aspuv: Dois Períodos de Sua História. Ainda nesse sentido, ganhou força a luta pela criação de um fundo de complementação das aposentadorias aos moldes do que já existia para os funcionários da siderúrgica Usiminas. Dessa negociação, na qual a Aspuv teve atuação importante, nasceu o Instituto UFV de Seguridade Social (Agros). No jornal Aspuv Notícias do dia 05 de maio de 1980, a criação do instituto é comemorada: “Agros é realidade e adesões sãos muitas”, diz a capa (foto ao lado).



Aspuv participa de ato público em Brasília, em 1995.



Além dessa edição, outras do mesmo período se encontram em um arquivo na Aspuv. Elas foram veiculadas entre 1980 e 1984. Analisando o material, é possível perceber, nesse período, o destaque também a questões relativas à carreira, como o congelamento salarial e o pagamento de diárias. Isso sem deixar de lado pautas importantes para toda a educação brasileira e para o país, caso do processo de redemocratização e das mudanças nas escolhas dos novos reitores das Fundações de Ensino Superior, que passaram a ser feitas a partir de uma lista sêxtupla organizada internamente nas instituições. O editorial da edição número oito do Aspuv – Boletim Informativo (14 de março de 1984) destacou: “o princípio da participação tem sido insistentemente defendido pela Aspuv como ponto de honra, pois acreditamos ser esta uma forma de resgatar a representatividade política retirada do povo e da comunidade acadêmica desta nação”. Em um texto interno, a edição enfatiza ainda o papel que a Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes) tinha desempenhado para garantir a mudança. A entidade havia nascido há apenas três anos durante o I Congresso Nacional de Docentes Universitários, realizado em Campinas (SP). A Aspuv esteve presente na assembleia de criação da associação com sete representantes.



XIII Congresso do Andes realizado em Viçosa.



Sindicalização

Com o fim da Ditadura Militar brasileira, a Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior se transformou em Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) em 1988. A Aspuv participou com três professores do congresso, que formalizou a mudança. Seguindo esse movimento, em 1990, ela deixou de ser formalmente uma associação e virou a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Viçosa (Aspuv S. Sindical).



Inauguração da subsde de Florestal.



Com a sindicalização, a Aspuv teve presença marcante em mobilizações, atos e greves, em Viçosa e outras cidades. Atuante e participativa nessas questões, a seção sindical recebeu, em 1994, o XIII Congresso do Andes. Desse período em diante, destacam-se as lutas em busca de melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira docente, por meio, por exemplo, do aumento do salários-base e incorporação de gratificações.



A Aspuv se manteve atenta à expansão da UFV, cobrando um crescimento acompanhado pela qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão.  Seguindo essa política, a seção sindical inaugurou subsedes em Florestal e Rio Paranaíba, na perspectiva de se aproximar dos sindicalizados dos dois campi, conhecendo as suas demandas para melhor atendê-las.



Selo comemorativo pelos 55 anos da Aspuv.



55 anos

Toda essa trajetória deve ser preservada e celebrada. Por isso, o selo comemorativo que a Aspuv está lançando estampa a frase “A Aspuv tem história”. Ele acompanhará diversos materiais gráficos da seção sindical neste ano.  Para celebrar, também está sendo organizado um grande “arraiá” comemorativo para os sindicalizados.



Neste dia 01º de junho, foi divulgada também uma mensagem assinada pela diretoria. O texto destaca o orgulho pela trajetória construída até aqui lembrando momentos de luta e conquistas alcançadas. Chama ainda toda a categoria para se unir neste momento de retirada de direitos: “nossa história deve ser celebrada, mas sem com que isso ofusque a consciência de que é longo o caminho que temos pela frente: os retrocessos pelos quais passa o país reforçam a necessidade de uma categoria mobilizada e consciente da sua força. Somente a união dos trabalhadores pode barrar o desmonte dos nossos direitos e o sucateamento dos serviços públicos”. A nota também agradece a cada um que construiu essa história. O texto completo pode ser lido aqui.

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Esse texto foi elaborado com base nas seguintes fontes:

– Arquivo da Aspuv

Aspuv: Dois Períodos de Sua História (disponível em: https://aspuv.org.br/aspuv-dois-periodos-de-sua-historia/);

– Personagens e pioneiros da UFV (http://www.personagens.ufv.br);

– Regimento Interno da Aspuv (disponível em: https://aspuv.org.br/sobre-a-aspuv/regimento-interno/).

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– Crédito das fotos: Arquivo da Aspuv


(Assessoria de Comunicação da Aspuv)

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