Aspuv

Seção Sindical dos Docentes da UFV
Violência contra a mulher dentro das universidades é destaque em palestra na Aspuv

O “Aspuv debate: violência contra a mulher” encerrou, nessa sexta-feira (31), a programação da seção sindical no mês de da mulher. A professora da Universidade de Brasília, Tânia Mara Campos de Almeida, foi a palestrante convidada e focou sua fala na violência praticada dentro do ambiente universitário.  A defensora pública Ana Flávia Diniz coordenou as discussões.



Tânia começou abordando a entrada das mulheres nas instituições de ensino brasileiras e como essa conquista não garantiu voz a ela dentro de suas especificidades e visão de mundo, sendo ainda predominante o pensamento do homem branco. Ela destacou também a contradição de a universidade ser vista como ambiente de vanguarda, ao mesmo tempo em que permanece vivenciando práticas de violência, abuso e assédio sexuais. Segundo a palestrante, muitas mulheres pensam que, ao entrar nas instituições, deixarão de viver em um ambiente machista e misógino, mas o que ocorre, na verdade, é a entrada em um novo ciclo de violência, que se revela com outros artifícios.



A defensora pública Ana Flávia Diniz e a palestrante Tânia Mara Campos de Almeida.



Durante sua fala, a professora também mostrou número revelados pela primeira pesquisa sobre esse tema feita no Brasil. Realizado em 2015 pelo Instituto Avon e o Data Popular, o estudo “Violência contra a mulher no ambiente universitário” revelou que 67% das entrevistadas disseram já ter sofrido algum tipo de violência, 52% do tipo psicológica e 10% da física, 56% relataram ter sido vítimas de assédio sexual e 28% de violência sexual. Já entre os universitários ouvidos, apenas 2% admitiram espontaneamente ter cometido algum ato de violência contra uma mulher na universidade. Quando tiveram acesso a lista elencando tipos de violência, esse número subiu para 38%.



Tânia concluiu a palestra alertando que é preciso promover o debate e a autorreflexão sobre a violência contra a mulher.  Para ela, as instituições devem implantar normas e levantar recursos internos para que essas práticas comecem a ser abolidas dentro do ambiente universitário. Na sequência, o debate foi aberto ao público, que pôde fazer perguntas e relatar situações desse tipo vivenciadas.


(Assessoria de Comunicação da Aspuv)

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