Aspuv

A situação das negras no Brasil, hoje, foi o centro de discussões do “Aspuv debate: mulher e racismo”, realizado na noite dessa segunda-feira (20), na sede da seção sindical. A palestrante convidada foi a advogada e presidente do Instituto Geledés, Maria Sylvia Oliveira. Ela debateu, junto ao público, questões como as dificuldades enfrentadas pelas negras para ingressar no mercado de trabalho e nas universidades, a violência sofrida por elas, além do feminismo negro.

Durante a sua apresentação, a palestrante expôs dados que mostram a desigualdade ainda existente no país. A parcela de brancas com ensino superior é mais do que o dobro do que a de negras (23,6% contra 10,9%). As mulheres negras são também as maiores vítimas de violência. Correspondem a 58,86% das mulheres que sofrem violência doméstica, 65,9% das vítimas de violência obstétrica e 68,8% das mortas por agressão no Brasil. No mercado de trabalho, a situação não é diferente. Segundo a Pesquisa Mulheres e Trabalho, as negras recebem menos do que o equivalente a 40% do salário dos homens brancos.

Na palestra, Maria Sylvia ainda falou sobre o trabalho do Instituto Geledés, que atua na área de direitos humanos. Recentemente, em parceria com a organização Criola, o Geledés elaborou o dossiê “Situação dos direitos humanos das mulheres negra no Brasil”. O estudo (disponível aqui) levantou questões importantes sobre o assunto e foi apresentado à Organização dos Estados Americanos (OEA).

Depois da exposição, o debate foi aberto ao público. Pessoas presentes relataram casos de preconceito vividos e fizeram perguntas à palestrante. Essa atividade fez parte da programação realizada pela Aspuv neste mês da mulher. Até o fim da próxima semana, vão ser realizadas uma roda de conversa e outras duas palestras. Outras informações sobre esses eventos estão disponíveis neste link.

(Assessoria de Comunicação da Aspuv)