Setor das federais do ANDES-SN aprova greve nacional dos professores
O Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES-SN deliberou pela deflagração de greve nacional docente a partir desta segunda-feira (15). A decisão foi tomada em reunião nessa quarta-feira (10) com a presença de representantes de 34 seções sindicais, entre as quais, a ASPUV. Foram 22 votos favoráveis e 7 contrários, além de 5 abstenções.
Também nesta segunda, será instalado o Comando Nacional de Greve (CNG) em Brasília (DF). O CNG será composto por um representante de cada seção sindical em greve.
“A greve nas federais está deflagrada a partir do dia 15 de abril como encaminhamento de uma escuta qualificada da base reunida no Setor das Federais, que manifestou o seu entendimento de que o fortalecimento da luta através da greve é um instrumento legítimo em defesa da classe trabalhadora”, avaliou a integrante da coordenação do setor, Letícia Nascimento.
Balanço das greves nas bases
Na reunião, foi apresentado um balanço sobre as greves nas bases docentes.
- 2 seções já deliberaram iniciar a greve antes do dia 15;
- 16 seções aprovaram a deflagração no dia 15 (entre elas, a ASPUV);
- 3 seções aprovaram a deflagração em datas distintas ao longo de maio;
- 8 seções estão em estado de greve;
- 5 seções aprovaram indicativo ou construção de greve sem data determinada;
- 3 seções foram contrárias ao indicativo no dia 15 e 4 rejeitaram a greve;
- 5 seções não tiveram assembleia com a pauta ainda ou tiveram assembleia sem deliberação.
Calendário
A reunião apontou ainda um calendário de atividades locais nas instituições de ensino entre 22 e 26 de abril, além da participação na jornada de lutas 0% de reajuste não dá!, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), nos dias 16, 17 e 18 de abril.
- 16 de abril: audiência pública para debater as mobilizações e paralisações dos servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, às 16h.
- 17 de abril: marcha em Brasília com concentração às 9h em frente à Catedral e saída em direção ao bloco K do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
- 18 de abril: as categorias presentes realizarão suas atividades de mobilização específicas pela reestruturação das carreiras.
Reunião com o governo frustra com insistência no reajuste zero
Enquanto ocorria a reunião do setor, o governo federal recebeu os representantes das entidades e centrais sindicais para mais uma rodada da Mesa de Nacional de Negociação Permanente (MNNP).
O governo federal manteve a proposta inicial de reajuste salarial zero em 2024 para o funcionalismo. Apresentou apenas uma aumento no auxílio-alimentação de R$ 658, para R$ 1000, além de um reajuste de 51% no valor per capita da saúde suplementar, considerando a faixa de idade e a de renda do servidor, e uma correção na assistência pré-escolar de R$ 321 para R$ 484,90.
O governo tentou restringir o movimento de greve ao declarar que, durante o processo de negociação, qualquer interrupção (parcial ou total) de serviços públicos resultaria na suspensão das negociações em curso com a categoria específica. Após duras críticas e reações das entidades sindicais, recuou dessa proposta.
Leia mais sobre como foi a rodada de negociação aqui.
Fotos: Eline Luz/Imprensa ANDES-SN
(Assessoria de Comunicação da ASPUV a partir de texto do ANDES-SN)