Setor das Federais do ANDES-SN aponta greve docente a partir de 15 de abril
O Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN indicou a deflagração de greve docente a partir do dia 15 de abril, em reunião realizada nessa sexta-feira (22). A deliberação foi tomada tendo como base o resultado das assembleias das seções sindicais, que, em sua maioria, aprovaram a construção de greve.
A reunião apontou que seja realizada uma nova rodada de assembleias, tendo como pauta:
- deflagração da greve no dia 15 de abril;
- criação dos comitês locais de mobilização;
- e construção das pautas locais.
Na sequência, no dia 10, ocorrerá outra reunião do setor, o que permitirá 72 horas de prazo para informar ao governo e às reitorias sobre o possível início do movimento paredistas. Conforme a orientação do ANDES-SN, a ASPUV convocará, nos próximos dias, uma assembleia para deliberar sobre a deflagração.
“Essa reunião dos Setor nos anima muito, porque traz, de maneira muito concreta, uma ânsia e uma construção desde as bases no sentido daquilo que precisamos avançar nas nossas lutas. Os relatos trazidos de 37 seções sindicais é de que nós tivemos assembleias, algumas massivas, com ampla participação de professoras e professores, muito superior às assembleias dos últimos períodos, e que trouxeram um debate político de muita qualidade sobre a conjuntura e sobre a necessidade de nós articularmos a luta no setor da Educação”, avaliou a primeira vice-presidenta da Regional Planalto do ANDES-SN, Helga Martins.
Participaram da atividade 37 seções sindicais. A ASPUV foi representada pelo integrante do Conselho Deliberativo, Allain Oliveira. As seções que não estiveram presentes encaminharam informes, que constarão na ata.
Análise de conjuntura e informes das categorias da educação
A reunião teve início com repasses dos representantes da Fasubra e do Sinasefe sobre as mobilizações nas respectivas categorias. Pela Fasubra, Rosângela Costa e Almiran Rodrigues informaram que servidores técnicos de 63 instituições de ensino já aderiram à greve, sendo 49 universidade e 4 institutos federais. Já pelo Sinasefe, Artemis Martins informou que o movimento dos técnicos administrativos encorajou a entidade a deflagrar greve, por tempo indeterminado, a partir do dia 03 de abril.
Na sequência, diretores do ANDES-SN deram os informes sobre as negociações com o governo e as ações do sindicato nacional. Foi destacado ainda que o ANDES-SN está se reunindo semanalmente com o Sinasefe para a construção de uma pauta unitária de carreira. Até o momento, sete pontos já foram consensuados e um pedido de uma nova rodada de negociação foi feito pelas entidades.
“A greve será fundamental, porque também vai pressionar no sentido da negociação da carreira, tanto do Sinasefe quanto do ANDES-SN, para esse momento de negociação que a gente espera que seja em breve, inclusive a gente vai pedir que seja na próxima semana”, afirmou a 1ª tesoureira do sindicato, Jennifer Webb.
“Ninguém faz greve porque gosta ou por princípio, fazemos greve por necessidade e nas atuais circunstâncias, diante do que é o silêncio do governo federal, ao não nos colocar qualquer espécie de índice de recomposição da nossa remuneração para esse ano e uma fratura violenta com os princípios que erigem a luta histórica desse sindicato, sobretudo no que se refere a necessidade de termos a paridade do que são as conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras ativos e os aposentados e aposentadas”, complementou o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian.
Pautas dos professores federais
A diretora do ANDES-SN, Helga Martins, destacou que a falta de avanço nas negociações com o governo (sobre recomposição salarial, reestruturação da carreira, “revogaço”, revogação do Novo Ensino Médio e outros) e a precarização das condições de trabalho levam à deliberação pela greve. Além disso, a paralisação das demais categorias da educação contribui para fortalecer o movimento dos docentes.
“Todo esse caldo, toda essa pauta que nós estamos construindo, e que faz parte dos embates diretos que resvalam nas nossas pautas de locais, veio à tona nas assembleias e a base disse: ‘é greve! É greve do setor da Educação. É greve para lutarmos pelas nossas pautas centrais nacionalmente, e também nos nossos locais de trabalho’. Por isso, é fundamental que esse mês de abril seja um mês de muita luta, de muita mobilização”, ressaltou Helga.
Leia mais sobre as reivindicações dos professores aqui.
Calendário de mobilizações
Além de aprovar o indicativo de greve da base do ANDES-SN para 15 de abril, a reunião apontou outros encaminhamentos para intensificar a mobilização da categoria. Confira:
- Reforçar o dia 03/04 como Dia Nacional de Paralisação e Mobilização com foco em ações nos estados, em articulação com os demais servidores/as.
- Construir a jornada de lutas do Fonasefe de 16 a 18 de abril, com atividades em Brasília.
16/04: Audiência pública na Câmara Federal;
17/04: Caravana e Marcha em Brasília dos servidores;
18/04: atividades setoriais com possibilidade de ato no Ministério da Educação. - Intensificar a produção de material do ANDES-SN e em unidade com as demais entidades da educação sobre a greve e as pautas de reivindicação.
- Incorporar na agenda possíveis dias de luta, que venham a ser construídos pelos comandos de greve da Fasubra e do Sinasefe.
- Ampliar a articulação dos comitês locais com as demais categorias de trabalhadores e estudantes.
ASPUV aprovou indicativo de greve
A ASPUV foi uma das seções sindicais, que aprovaram o indicativo de greve antes da reunião do Setor das Ifes. A assembleia, que deliberou sobre a questão, foi realizada no último dia 14 e contou com a participação de 108 sindicalizados. Foram aprovados o indicativo de greve e a criação de uma comissão local de mobilização.
Leia mais sobre como foi a assembleia aqui.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV a partir de texto do ANDES-SN)