Sete mitos sobre a universidade pública brasileira
Em um momento marcado pela veiculação de tantas notícias falsas sobre as universidades públicas, a ASPUV levantou e desmentiu sete mitos muito difundidos. Elucidar essas informações é uma ferramenta de luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Confira a seguir:
Mito 1: as universidades são ocupadas pela elite
Sete em cada dez estudantes de graduação das universidades são de famílias cuja renda é de até 1,5 salário mínimo por pessoa.
O total de alunos nessa faixa de renda cresceu mais de 60% desde 2003.
Os dados são do Perfil Socioeconômico dos Estudantes das Universidades Federais, realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Mito 2: as universidades trazem pouco retorno para o país
As universidades públicas são as melhores do país, formando trabalhadores qualificados e cidadãos aptos a transformar o país.
Sem esquecer que concentram quase toda a produção científica brasileira, mais de 90%. Estima-se que o valor gerado pelas pesquisas públicas é de três a oito vezes maior do que o investimento.
Mito 3: as universidades não prestam serviços à comunidade
As universidades mantêm uma série de projetos de extensão, culturais e equipamentos públicos.
A UFV, por exemplo, conta com a Unidade de Atendimento Especializado em Saúde (Uaes), que oferece mensalmente cerca de 1.100 consultas. Tem também 11 museus e espaços de ciência abertos ao público.
Em 2017, mais de 284 mil pessoas participaram dos projetos de extensão oferecidos pela universidade, segundo o relatório UFV em Números.
Mito 4: as universidades doutrinam
A universidade é um espaço plural e democrático, que preza pelos Direitos Humanos. Nela, convivem pessoas de diferentes linhas políticas e ideológicas, sejam elas de direita ou de esquerda.
O debate de ideias faz da universidade um local tão rico e que possibilita a formação de alunos com um olhar crítico para a sociedade.
Mito 5: cotas são injustas
As políticas afirmativas, como as cotas, existem para corrigir desigualdades históricas. Atendem a pessoas que são excluídas, marginalizadas e não tiveram acesso a todos os seus direitos ao longo da vida. Portanto, pessoas que não privilegiadas de forma alguma.
Outra mentira é falar que o desempenho acadêmico dos cotistas é inferior. Diversos levantamentos já comprovaram que é equivalente ao dos não cotistas.
Mito 6: o Brasil gasta demais com as universidades
O Governo Federal diz que gasta demais com o ensino superior e pouco com o básico. Mas omite aí que são os estados e os municípios os responsáveis pelos investimentos no ensino básico na ampla maioria dos casos.
O Brasil destinou, em 2015 e 2016, o equivalente a 1% do PIB ao ensino superior, número muito parecido com o de outros países e abaixo ao de alguns como a Noruega (1,7%) e a Áustria (1,6%), segundo o relatório Education at a Glance.
E, enquanto o Brasil fala em cortes, a Alemanha anunciou que vai investir 160 bilhões de euros no ensino superior e na pesquisa científica entre 2021 e 2030.
Mito 7: as universidades são caras
De fato, as universidades públicas podem ter um custo maior do que as privadas. Mas, ao contrário das particulares, que em sua ampla maioria oferecem apenas ensino, as públicas desenvolvem também pesquisa e extensão. Dessa forma, é natural que uma instituição que seja responsável por mais atividades tenha também uma demanda maior por recursos.
Para se ter ideia, quatro em cada cinco programas de pós-graduação no Brasil são oferecidos em uma universidade pública, segundo o GeoCapes.
Os mitos sobre a universidade pública levantados pela ASPUV viraram base para uma série de artes gráficas divulgadas nas redes sociais da seção sindical.
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(Assessoria de Comunicação da ASPUV)