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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Reflexo dos cortes, CNPq vai pagar só 13% de bolsas aprovadas

Das 3.080 solicitações de bolsas de doutorado e pós-doutorado aprovadas com mérito pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em edital para 2021, somente 396, o equivalente a 13%, serão contempladas. O motivo é a falta de recursos do órgão, que vem sofrendo sucessivos cortes orçamentários.

O edital em questão, Chamada nº 16/2020, previa R$ 35 milhões para a concessão das bolsas em dez categorias, no Brasil e no exterior. A agência de fomento recebeu 4.279 propostas, das quais 72% foram aprovadas. Mas apenas 13% receberão a bolsa para estudo no país, totalizando investimento de R$ 23,5 milhões. O restante do recurso, segundo o órgão, será reservado para a concessão de bolsas fora, a ser divulgada quando o cenário de pandemia “for mais adequado”.

 “Este ano, devido a incertezas orçamentárias — considerando a parcela do orçamento do CNPq condicionada à aprovação de crédito suplementar — e às condições decorrentes da pandemia do coronavírus, tais como a incerteza quanto à volta à normalidade das atividades acadêmicas e à mobilidade de pesquisadores, além da necessidade de prorrogação de bolsas atualmente vigentes, o que impacta no orçamento, a chamada foi lançada com apenas um cronograma e, portanto, com previsão menor de número de bolsas e recursos destinados”, disse o CNPq ao Jornal da USP.

Este ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação sofreu corte de 29% nos seus recursos na comparação com 2020, ano já de grandes dificuldades financeira. Para 2021, foi aprovado um total de R$ 918 milhões para bolsas, mas apenas R$ 362 estão, até então, garantidos. O restante é composto por créditos suplementares, que ainda dependem de aprovação.

Possíveis novos editais dependem de recursos do FNDCT

Em atividade da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na última sexta-feira (30), o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, falou sobre as dificuldades orçamentárias do órgão. “Ao compararmos o orçamento de 2021 com o de 2020, perderemos R$ 114 milhões. Isso é uma tragédia, será um dos menores orçamentos da história do CNPq. Estamos trabalhando para recuperar essa perda através da liberação do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Com os recursos do Fundo teríamos como preencher algumas lacunas e avançar”, disse.

Questionado sobre possíveis novas chamadas no ano, Vilela condicionou-as à liberação de recursos do FNDCT, mas disse que, em julho, lançará o Edital Universal, o que não foi possível em 2020.

*Crédito da foto em destaque: Rovena Rosa Agência Brasil

(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações do Jornal da USP e SBPC)

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