Projeto que atende mulheres vítimas de violência em Viçosa pode parar por falta de verbas
Um programa, que atende e orienta centenas de mulheres vítimas de violência em Viçosa e região, corre o risco de acabar. É a Casa das Mulheres, projeto que tem como parceiros órgãos como a UFV, Prefeitura de Viçosa e Defensoria Pública.
De acordo com a coordenação, há dois anos, a Casa está sofrendo com a queda de verbas provenientes do Programa de Extensão Universitária (ProExt) do Governo Federal. Em 2016, foram quatro meses sem receber o recurso. Em 2017, a diminuição acarretou um menor número de atendimentos e, em 2018, as atividades podem ser suspensas: sem a verba, fica impossibilitado o pagamento de um profissional capaz de orientar a equipe de estagiários, o que torna inviável o funcionamento. “Para este ano, as perspectivas são tão boas em função da gente não poder contar com o profissional de nível superior. Sem esse profissional, que vai estar diretamente com os estudantes todos os dias, não é possível a gente dar continuidades às ações da Casa”, enfatiza a coordenadora do programa e professora da UFV, Cristiane Magalhães de Melo.
Cristiane explica que o projeto foi concebido em 2009 dentro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Em 2011, as atividades começaram a receber verbas do Proext, por meio do Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gêneros da UFV (Nieg). Para o funcionamento do programa, a universidade cede equipamentos, assistência em informática e móveis; a prefeitura, uma sala e bolsas de estágio. A Defensoria Pública arca com materiais de consumo. Isso além do trabalho da defensora e de professoras vinculadas ao projeto. Na Casa das Mulheres, as vítimas de violência recebem atendimento e são orientadas sobre a rede de assistência existente em Viçosa (são encaminhadas, por exemplo, para tratamento psicológico em um Centro de Referência e Assistência Social ou conduzidas na busca de uma medida protetiva). O programa mantém ainda um banco de dados relacionado à violência contra a mulher na cidade, que dá embasamento aos trabalhos e visibilidade a essa questão.
Em 2016, mesmo com o problema no recebimento das verbas, a Casa das Mulheres realizou quase 800 atendimentos. Em 2017, com a situação financeira mais delicada, o número caiu para 560. Para não deixar o projeto ser suspenso, a equipe busca alternativas: “o ProExt foi um programa extremamente importante em termos de extensão universitária (…), mas a gente não tem esperança de que ele vai ser retomado. A gente tem tentado outras parcerias, inclusive com ONGs, com a iniciativa privada (…) articular com a própria prefeitura para ver se a gente consegue ampliar ainda mais essa parceria”, finaliza Cristiane.
(Assessoria de Comunicação da Aspuv)