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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Professores em greve são impedidos de acompanhar audiência com ministro da educação na Câmara

Professores federais em greve não puderam acompanhar presencialmente a audiência pública da Comissão de Educação da Câmara de Deputados, que contou com a participação do ministro da educação, Camilo Santana, nesta quarta-feira (12). A atividade tinha como pauta vários temas relacionados ao ensino federal, inclusive a greve.

Os integrantes do Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN, que já estavam no plenário da comissão presidida por Nikolas Ferreira (PL/MG), foram convidados a se retirar antes do início dos trabalhos. Quem chegou depois, foi impedido de entrar. 

“Ficamos muito indignados que, uma audiência pública na Casa do Povo, na Câmara dos Deputados, impeça professores e professoras de entrar num espaço onde efetivamente a educação pública federal está sendo discutida. Nossas carreiras, nosso trabalho, nossos esforços, nossas instituições estavam sendo discutidas, à revelia da nossa presença, e a gente do lado de fora sentiu-se muito aviltado com essa impossibilidade de participar dessa interlocução e dessa discussão”,  contou a presidenta da Associação de Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe Seção Sindical do ANDES-SN) e integrante do CNG, Nicole Pontes.

Dificuldade de diálogo com o governo

Após muita conversa e com apoio de alguns parlamentares, foi garantida a presença de duas representações na audiência: uma do ANDES-SN e outra do Sinasefe. “Foi extremamente constrangedor para o movimento grevista não ter direito de acompanhar a plenária que deveria ser aberta. O presidente da Comissão, deputado Nikolas Ferreira, reiterou essa impossibilidade de entrarmos na plenária. No entanto, essa intransigente posição não nos impediu de seguirmos nos manifestando enquanto trabalhadores(as), que estamos construindo uma grande greve da educação que tem movimentado o governo neste processo de negociação”, disse a secretária-geral do ANDES-SN, Francieli Rebelatto, que acompanhou a audiência pública representando os docentes em greve.

A diretora do sindicato nacional denunciou ainda a postura de parlamentares da extrema direita, que têm se utilizado do debate da educação e da greve para criticar o governo e, ao mesmo tempo, promover suas pautas conservadoras e neoliberais. “Os parlamentares de direita pautaram o governo por meio de várias perguntas referentes ao movimento da greve federal da educação, mas também cobraram várias pautas que representam um projeto de educação extremamente conservador e com perspectiva de mercantilização, como é o caso da ampliação da militarização das escolas, o ensino à distância, críticas à condução da Conferência Nacional da Educação. Ou seja, na oportunidade da plenária, esses parlamentares que são contra um projeto de educação pública e emancipadora, reiteraram as pautas que atendem sua base social”, afirmou.

GT para acompanhar a greve da educação federal

Na última semana, a Comissão de Educação criou um grupo de trabalho (GT) para “analisar e propor soluções técnicas atinentes às demandas das Universidades e Institutos Federais de Ensino em greve”.  A iniciativa de criar o GT foi da extrema direita integrante da comissão e a intenção com essa iniciativa ficou explícita: atacar tanto a greve quanto o governo Lula.

Vale lembrar que a extrema direita nunca dialogou com o movimento sindical e sempre atacou a educação pública e gratuita, atuando em defesa do projeto do capital para a educação. 

(Assessoria de Comunicação do ANDES-SN com edições da ASPUV)

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