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Quatro professores e cinco estudantes da Universidade Estadual do Ceará (UECE) foram intimados para depor pela Polícia Federal por terem realizado, em 2018, atos antifascistas.

Segundo divulgado pela imprensa regional, detalhes da acusação não foram divulgados e advogados dos docentes ainda buscavam acesso ao inquérito.  Sabe-se, no entanto, que estariam incluídos trechos de gravações de aulas sobre fascismo. “Se ser antifascista é crime, vou presa. Ré confessa de antifascismo”, disse uma das professores em publicação em uma rede social.

o Sindicato dos Docentes da UECE (Aduece S. Sindical) disse estar presentando o suporte jurídico necessário aos professores perseguidos. Em nota, a entidade condenou a ação: “contra o obscurantismo que tem se entranhado nas instituições brasileiras, defendemos a importância da postura antifascista, em defesa da democracia, contra a violência do Estado, o autoritarismo, a militarização e o racismo (…). As ações que visam ao silenciamento de professores e estudantes configuram grave atentado aos direitos constitucionais. Por isso, é importante que saibam: não irão nos calar!”.

UECE condena perseguição

A universidade também condenou o caso. ” A UECE manifesta incondicional apoio institucional aos professores e aos estudantes que estão sendo alvo dessa intimação que fere a liberdade de expressão e de ‘aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber’ (Constituição Federal, Art. 206). Os professores intimados, em momento algum, perseguiram alunos por terem posicionamentos divergentes, pois é exatamente em virtude dessas diferenças e do livre debate de ideias que a ciência se constrói. Na verdade, discussões e posicionamentos diversos são os pilares da academia”, disse a instituição de ensino em nota pública.

Segundo a UECE, o processo corre desde 2018 e o Ministério Público afirmou não existir viabilidade na acusação.

(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações do jornal O Povo e Aduece)