Professores da Unioeste deflagram greve sanitária em meio ao aumento dos casos de covid-19
Com o aumento vertiginoso dos casos de covid-19, professores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) deflagraram uma greve sanitária até o próximo dia 11. Como se trata de uma movimento de caráter sanitário, os docentes seguem trabalhando de forma remota na condução de aulas, reuniões, pesquisas, orientações e outras atividades. Apenas as aulas práticas ocorrem de forma presencial, como já vinha acontecendo.
Reivindicações
A categoria reivindica a suspensão das aulas presenciais enquanto os níveis de contágio, hospitalização e óbitos se mantiverem em alta nas cidades do oeste e sudoeste do Paraná. Os docentes cobram ainda a revisão dos protocolos sanitários adotados pela Unioeste e pedem a exigência do uso de máscara adequada e o estabelecimento do passaporte vacinal efetivo, sem exceção, para todos que frequentarem os campi. O reitor da universidade, Alexandre Webber, publicou uma ordem de serviço, que autoriza estudantes não vacinados a assistirem às aulas presenciais, desde que façam exames RT-PCR semanais. Os professores consideram que essa medida aumenta os riscos de contágio.
“A decisão (da deflagração da greve) se deve ao momento excepcional que atravessamos, com recordes diários de contágios e aumento expressivo nos índices de ocupação hospitalar e também no número de mortes (…). A opção por uma greve por tempo determinado, por outro lado, expressa a intenção de retornar às atividades presenciais assim que possível, o que será reavaliado em nova assembleia”, explicou o presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste-Seção do Andes-SN), Gilberto Calil.
Ameaças da Reitoria
Após a assembleia que decidiu pela greve, a Reitoria da Unioeste emitiu uma nota questionando a legitimidade e a legalidade do movimento. Em tom agressivo, a administração afirmou que a Adunioeste não teria o direito e nem a prerrogativa para legislar sob as decisões colegiadas da universidade.
O Comando Geral de Greve da Unioeste rebateu as acusações, afirmando que a greve “não foi deflagrada pelo sindicato, mas pela categoria docente reunida em uma assembleia geral convocada pelo seu sindicato, tendo plena legitimidade para deliberação, nos termos de seu Regimento, do Estatuto do Andes-SN (do qual é seção sindical) e da legislação vigente”.
O sindicato reiterou ainda que a decisão tomada pela categoria “não supõe ‘legislar’. Ao contrário, constitui e apresenta à Unioeste uma pauta de reivindicações, como é legítimo e constitutivo de qualquer greve. Além disso, denota a intenção de manter-se trabalhando, impondo apenas que isso ocorra em condições de segurança sanitária, a exemplo do que já fora realizado pela própria Unioeste”.
O Comando de Greve Unificado, que reúne a Adunioeste e também o Sinteoeste, disponibilizou um canal para que a comunidade universitária possa apresentar denúncias sobre irregularidades sanitárias e possíveis constrangimentos sofridos. Todos os casos apresentados serão devidamente analisados pelo comando, que tomará providências com o objetivo de buscar segurança sanitária nos campi da Unioeste.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações do Andes-SN)