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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Privatizações: por que defender as estatais brasileiras?

O Governo Federal promete acelerar as privatizações, concluindo vendas ainda este ano. Estão na mira empresas como os Correios e a Eletrobras. Mas por que lutar contra a venda das estatais significa garantir direitos e soberania?

A ASPUV comenta o tema esta semana.

1- Por que ter empresas estatais?

As empresas estatais ocupam setores  estratégicos para o país, seja pela garantia de soberania, atendimento das demandas de toda a população,  por desenvolver tecnologia nacional… Empresas privadas querem apenas lucro,
não têm compromisso com a garantia de direitos, empregos, cuidados com o ambiente, preços justos, entre outros.

2- O que aconteceu em locais onde serviços essenciais foram privatizados?

Quase 300 cidades, como Paris e Berlim,  e 35 países reverteram a privatização do serviço de água e esgoto. Por que?  Por causa de uma série de problemas:  poucos investimentos, tarifas altas e baixa cobertura. É sempre bom frisar: são  direitos de todos, mas sobre os quais  a iniciativa privada quer apenas lucrar, sem outro compromisso.

3- Questionamos:

O tão falado caso dos Correios…  Trata-se de uma empresa estratégica,  pois, além de chegar a todas as cidades,
é responsável por distribuir vacinas,  materiais escolares e prestam serviços  bancários, por exemplo. Empresas privadas terão  interesse em chegar a todos os rincões?  Farão todos esses serviços? Pedirão  preços justos? Hoje mesmo, já cobram mais caro do que os Correios para entrega de encomendas.

4- A empresa privada funciona melhor?

Olha aí a Petrobras: detém tecnologia de ponta, é referência mundial e gera lucros bilionários. Do outro lado, veja bem a Vale… Sem qualquer compromisso com o povo ou a natureza. Mentira também que há mais corrupção nas estatais. A empresa pública passa por constante fiscalização ( por órgãos como o TCU, MP, Coaf…) e o que não faltam são casos de sonegação e roubo nas privadas.

5- Falando em Vale…

A venda da Vale é bem ilustrativa. Foi um crime! A empresa foi vendida por R$ 3,3 bilhões, mas somente
suas reservas minerais, à época, valiam mais de R$ 100 bilhões! Ou seja, além de se desfazer de um patrimônio dos brasileiros, foi entregue de bandeja ao capital internacional. É assim que as  privatizações acontecem no país.

6- E o sucateamento das estatais?

Sucatear a estatal é um clássico quando falamos em privatização.  A estratégia é a seguinte: sucatear o máximo possível, convencer, assim, a opinião pública que a empresa não  funciona bem e que a solução é passá-la para a iniciativa privada. Ou seja, vendê-la sem maiores reclamações e com o preço lá embaixo.

7- Mas as estatais na mira são importantes?

Importantes, estratégicas e lucrativas. Falamos dos Correios, empresa autossuficiente lucrativa. Outro exemplo é a Eletrobras, que teve saldo positivo de R$ 4,6 bilhões no segundo trimestre. Sem se esquecer também do bancos públicos. São os  grandes responsáveis pelo financiamento  imobiliário, para a agricultura familiar  e regiões mais pobres. E ainda  seguram as tarifas mais baixas.

Pela garantia de direitos e soberania; pelo atendimento a população mais pobre e as regiões mais distantes; por empregos de qualidades,  preços justo e cuidado ambiental; pelo patrimônio do Brasil e dos brasileiros: defenda as estatais.

Confira também:

– Correios em greve: por que ser contra a privatização da empresa?

– Rádio ASPUV Privatizações

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

1 comentário em “Privatizações: por que defender as estatais brasileiras?

  1. Muito boa síntese sobre as privatizações.
    Faltou apenas comentar o caso da EMBRAER que ao ser vendida, em negociação puseram apenas os bens móveis, enquanto o controle acionário foi entregue a custo Zero. A Empresa comandava projetos avançados na área da aviação e que renderiam bilhões ao país (ex, KC 390) . O mais interessante é que foi criada em 1969 pelos militares que tinham uma visão estratégica em termos de desenvolvimento da ciência e da tecnologia nacional. Agora vendida e acompanhada de um “silêncio cúmplice” dos militares. Mesmo silêncio em relação aos cortes de orçamentos do CNPq, MCTIC, etc…
    Outra entrega a ser comentada em outra oportunidade é o da Base de Alcântara. Além de ser feita a custo zero, os nossos cientistas não podem acessar as tecnologias ali executadas e/ou desenvolvidas. E mais uma vez, o “silêncio do setor militar…..”
    Viramos “quintal” dos EUA e subservientes ao pior tipo de relações internacionais….aquela que vê o de “fora” como melhor!!!!
    Valeria ainda tocar no caso da BR distribuidora, que teve o mesmo percurso das privatizações “Entrega Brasil….”
    Parabéns mais uma vez pelo excelente jornalismo da ASPUV

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