Primeira professora trans do IFCE é exonerada de forma arbitrária
A primeira professora trans do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Êmy Virgínia Oliveira da Costa (foto em destaque), foi exonerada de forma arbitrária e irregular no início deste mês. A docente faz doutorado na Universidad de la República, no Uruguai, e se ausentou do Brasil para cumprir as suas atividades no programa.
Conforme autorizado pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) do IFCE bem como pelo colegiado de curso e comunicado aos demais setores do instituto, todas as suas aulas foram antecipadas para permitir o seu afastamento no período sem prejuízos. Mas essa ausência foi utilizada como justificativa para a exoneração.
Em nota, a diretoria do ANDES-SN se solidarizou com a professora Êmy Virgínia Oliveira da Costa. O sindicato nacional denunciou as violências sofridas e exigiu que o IFCE “não dê cabo da decisão que fere não apenas o princípio da isonomia que rege os órgãos públicos – até em razão de se ter conhecimento de muitos casos semelhantes sem qualquer sanção –, mas, também o direito à qualificação docente, reforçando a transfobia estrutural que expulsa cotidianamente pessoas trans de instituições de ensino, quer como discentes, seja como docentes”.
O ANDES-SN lembrou ainda que 29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans e a data está sendo incorporada ao calendário de lutas da entidade . “Nesse sentido, é urgente reforçar, neste mês da visibilidade trans, o modo pelo qual travestis, transexuais e pessoas transgêneras são excluídas da nossa sociedade de maneira geral, assim como, das universidades, IFs e CEFETs. Pesquisa da Andifes (2018) revela que pessoas transgêneras representam apenas 0,8% dos estudantes em instituições públicas de ensino superior, sendo 0,1% de Mulheres Trans, 01% de Homens Trans e 0,6% de pessoas não-binárias, contudo, a categoria travesti não é usada na pesquisa”, ressaltou a diretoria do ANDES-SN.
(Assessoria de Comunicação do ANDES-SN)