Pela terceira vez, governo nomeia como reitor candidato perdedor em eleição interna
O Governo Federal nomeou, mais uma vez, o candidato perdedor e que não encabeçava a lista tríplice enviada ao Ministério da Educação (MEC) como reitor em uma instituição de ensino federal. Agora, foi na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
O professor Janir Alves Soares figurava como terceiro da lista, com nove dos 53 votos do conselho da instituição, e ficou em quarto lugar na consulta à comunidade acadêmica, na qual obteve apenas 5,2% dos votos. O vencedor nas duas instâncias foi o atual reitor, Gilciano Nogueira.
“A democracia na instituição foi ferida de morte. Para Brasília, foi só uma decisão. Para nós, afeta o destino da instituição (…). O presidente diz que não quer reitor com viés de esquerda e quer que tenha capacidade de gestão. Basta olhar os números da universidade. Em termos de viés, passei por seis ministros da Educação. Fui presidente do fórum reitores de Minas Gerais. Se identificou viés em mim, gostaria de saber qual”, declarou Nogueira em entrevista publicada no jornal Estado de Minas.
Ataques à autonomia universitária
Das oito nomeações feitas pelo atual governo, três não seguiram a lista tríplice enviada pelas instituições ao MEC. O primeiro caso foi na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Na sequência, na Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que chegou a ficar inclusive sem reitor enquanto aguardava a nomeação, e, agora, na UFVJM. O governo interviu também na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), ao colocar uma reitora interina que não estava na lista nem tinha participado da consulta interna, mas era apoiadora da chapa perdedora.
A escolha dos candidatos que não foram os mais votados quebrou uma tradição mantida há anos de seguir as escolhas das comunidades universitárias nas nomeações.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)