Paulo Guedes cita a UFV para eximir Governo Federal de financiar universidades
O ministro da economia, Paulo Guedes, citou a UFV para tentar eximir a União da sua responsabilidade de garantir serviços públicos. Em evento que discutia o Pacto Federativo, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direto Público (IDP), Guedes disse: “Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Vem cá, é federal ou é municipal? É o do Rio de Janeiro ou é federal? É federal que está no Rio de Janeiro? Ou assume a atribuição, assume o orçamento e vai embora com tudo, ou devolve tudo”, argumentando ser um contrassenso a permanência das instituições de ensino superior sob alçada do Ministério da Educação (MEC).
“Estamos redesenhando atribuições de estados e municípios. Não é só de recursos que estamos falando. Estamos falando de responsabilidades e atribuições”, completou.
Governador rebate
Em sua declaração, Guedes se esquece que é dever do Governo Federal fornecer ensino superior gratuito. Sob alegação de “inviabilidade financeira”, o ministro disse que a conta dos investimentos recairá sobre gerações futuras. Argumento que foi de imediato rebatido pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, também participante da atividade.
“Só é possível cuidar de filhos e netos cuidando de serviços públicos, cuidando de país, cuidando de universidade federal. Isso que é cuidar de filhos e netos e não ficar dizendo por aí que há despesismo irresponsável intergeracional”.
Ataques às universidades e servidores
Os ataques às universidades e aos servidores públicos viraram uma constante do Governo Federal. O próprio Guedes já chamou o funcionalismo de “parasita” e disse que não era possível que ele ficasse em casa “com a geladeira cheia” nesta pandemia.
Universidades, por sua vez, são alvo de interferências que atacam diretamente sua autonomia, cortes de recursos e uma investida na tentativa de desmoralizá-las com base em alegações absurdas e irresponsáveis, insinuando-se até mesmo a fabricação de drogas.
São ações que vêm no sentido de pavimentar caminho para as reformas do governo de Jair Bolsonaro, como a administrativa, que destrói o serviço público brasileiro, e as privatizações.
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(Assessoria de Comunicação da ASPUV)