Aspuv

Seção Sindical dos Docentes da UFV
Palestrante aponta diferenças entre mulheres e homens no mercado de trabalho

“Mulher e mercado de trabalho” foi o tema do segundo “Aspuv debate”, realizado neste mês de março. Dezenas de pessoas encheram a sede da seção sindical, na noite dessa segunda-feira (27), para assistir à palestra da professora da UFMG e especialista no assunto, Simone Wajnman.



Com o título “Mulheres no mercado de trabalho brasileiro e a ‘revolução de gênero incompleta’”, a apresentação abordou questões como a participação feminina no mercado, o papel decisivo delas para o crescimento econômico e a dupla jornada que elas exercem. Quando foram tratadas as dimensões da inserção da mulher no trabalho, a palestrante destacou que, em média, a maternidade e o casamento refletem menos chance de estar empregada. Por outro lado, o fato de ter filhos e ser casado aumenta a possibilidade do homem estar trabalhando. Dados também indicam que os salários seguem a mesma linha. Com os filhos e o casamento, a tendência é de queda no salário feminino e de aumento no masculino.



Em relação à chamada dupla jornada, Wajnman apresentou números que mostram como elas ainda assumem grande parte do trabalho doméstico. No país, mulheres sem cônjuge e sem filhos, em média, trabalham 19 horas por semana em casa. Os homens, nessa mesma condição, 13. Já para as casadas e mães, essa jornada doméstica é de 29 horas e para os casados e pais, dez. Ou seja, a tendência é que, depois do casamento, a mulher acumule ainda mais esses afazeres enquanto o homem deixa de fazê-los como antes.



Segundo a professora, o Brasil está, hoje, no chamado “primeiro estágio da revolução de gênero”, que é marcado pelo aumento da parcela de mulheres no mercado, crescimento das taxas de divórcio e diminuição das de fecundidade. O segundo estágio começa a ser observado em países nórdico e é caracterizado pelo desenvolvimento de parcerias mais igualitárias entre os gêneros, homens assumindo mais as funções domésticas e de cuidado dos familiares, além do aumento das taxas de fecundidade. Para Wajnman, o Brasil avançará para esse segundo patamar depois do investimento em políticas públicas que melhorem o equilíbrio entre homens e mulheres.



Essa palestra fez parte da programação realizada pela seção sindical em função do mês da mulher. As atividades se encerram na próxima sexta (31), às 18h, com mais uma edição do “Aspuv debate”, desta vez, para tratar sobre “Violência contra a mulher” com a professora da Unb, Tânia Mara de Almeida.


(Assessoria de Comunicação da Aspuv)

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