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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Orçamento para investimento das universidades federais caiu 83% em dez anos

O orçamento das universidades federais para investimento em infraestrutura e aquisição de material permanente despencou 83,7% entre 2014, quando atingiu o seu pico, e 2023. Os dados são do grupo de estudos Sou Ciência, que reúne pesquisadores de várias instituições e é sediado na Unifesp.

Segundo o levantamento, em 2014, as universidades federais receberam, em valores corrigidos para janeiro de 2024, R$ 1,69 bilhão para infraestrutura e material permanente. Daí em diante, o número segue em queda até 2019. Em 2020, tem ligeiro aumento. Em 2021, novamente cai. Em 2022 e 2023, volta a subir pouco, fechando esse último ano com R$ 264 milhões.

Fonte: SIOP; IPEADATA; Unidade Orçamentária: Todas as Universidades Federais (69 – Universidades Federais) Gráfico: reprodução Sou Ciência

“Embora a lógica das ações de investimento nos permita imaginar uma relação imediata entre os valores liquidados neste GND e a quantidade de instituições/unidades escolares, o piso da série histórica analisada (2000 a 2023) ocorreu em 2021, quando o Brasil já possuía as atuais 69 Universidades Federais, 28 instituições a mais do que havia no ano 2000 (…).  Importa registrar que os valores liquidados em 2023, considerando a correção dos dados pela inflação do período, são 25,88% inferiores ao aferido no início da série histórica (2000), quando havia no Brasil apenas 41 Universidades Federais”, diz o grupo de estudos.

Queda na UFV

O painel do Sou Ciência também traz os dados individuais das universidades. Na UFV, o gráfico tem uma curva similar ao geral entre 2014 e 2023. Em 2014, ápice dos investimentos para infraestrutura, o orçamento foi de R$ 21 milhões, valor também corrigido para janeiro de 2024. Em 2023, o total liquidado foi de R$ 3,6 milhões. No período, portanto, houve uma queda de 82,6%.

Fonte: SIOP; IPEADATA; Unidade Orçamentária: 26282 – Fundação Universidade Federal de Viçosa. Gráfico: reprodução Sou Ciência

Assistência estudantil e manutenção também tiveram queda

A queda mais expressiva ocorreu nos investimentos. Mas os recursos para manutenção e assistência estudantil também caíram nos últimos dez anos, segundo o painel do Sou Ciência.

Os recursos para despesas de manutenção, funcionamento e benefícios dos servidores tiveram o seu auge em 2013 com R$ 9,1 bilhões, conforme valores corrigidos para janeiro de 2014.  Após anos de oscilação e queda, o montante voltou a subir em 2021, chegando a R$ 6,9 bilhões em 2023, em valores também corrigidos. Portanto, a queda foi de de 24,1% nesse período.

Já a assistência estudantil teve o ápice de investimento em 2016: R$ 1,17 bilhão em valores corrigidos para janeiro de 2024. Após uma queda acentuada entre 2019 e 2021, o orçamento volta a subir em 2022, chegando a R$ 984 milhões em 2023, também conforme correção. Nesse intervalo, a queda foi de 16%.

Por fim, o montante destinado a pessoal e encargos subiu entre 2006 e 2019. Em 2020, tem ligeira queda, que se acentua em 2021 e 2022, subindo pouco em 2023. Na comparação com o ano em que houve maior total liquidado, 2019, a queda foi de 10,7% em 2023, também com os valores corrigidos para janeiro de 2024.  

Confira também:

– Rádio ASPUV #9/24 | Orçamento das universidades

– Rádio ASPUV #11/24 | Orçamento da UFV

 

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

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