Número de pessoas resgatadas em trabalho análogo à escravidão passa de mil em 2021, no Brasil
De janeiro a setembro de 2021, 1.015 pessoas foram resgatadas em situação de trabalho análogo à escravidão no país. Os dados estão disponíveis no site Radar SIT, vinculado à Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Previdência.
Os números deste ano superam o total de 2020, quando foram 936 ocorrências, e se aproxima do registrado em 2019, que totalizou 1.131 casos. Em 2021, foram realizadas 234 ações fiscais voltadas à erradicação do trabalho análogo ao escravo, sendo que 102 resultaram em autuações.
Segundo o auditor-fiscal do Trabalho e chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), Maurício Krepsky, o aumento dos resultados apurados este ano ocorreu, em grande parte, devido à Operação Resgate, maior ação para combate ao trabalho análogo à escravidão já realizada no país. “Em relação ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel, o cronograma de operações foi atendido integralmente, enquanto em 2020 não foi possível fazer operações com deslocamento aéreo de março a julho, em razão da oferta de voos reduzida”, explica Krepsky.
Minas Gerais concentra o maior número de casos
Mais uma vez, Minas Gerais lidera as estatísticas do trabalho análogo à escravidão no país. Este ano, 54 empregadores foram fiscalizados, o que resultou em 420 pessoas resgatadas. Na sequência, aparecem os estados de São Paulo (135) e de Goiás (102). Entre os municípios, João Pinheiro, também em Minas Gerais, registrou a maior quantidade de autos de infração, 74; seguido pela capital baiana, Salvador, com 60 casos.
Desde 1995, são mais de 56 mil trabalhadores resgatados durante as operações. As verbas salarias e rescisórias resultantes ultrapassam os R$ 116 milhões.
Lista suja do trabalho escravo
Este mês, o governo divulgou a nova “lista suja” do trabalho escravo, no país. A listagem agrupa os empregadores que submeteram trabalhadores a condições de trabalho análogas à escravidão. Entre eles, estão empresários e donos de terras, totalizando 79 nomes. Confira a lista suja aqui.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV a partir de texto do Andes-SN)