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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Ministro da educação pode ser investigado por falas LGBTfóbicas

O ministro da educação, Milton Ribeiro, pode ser investigado por suas falas LGBTfóbicas, proferidas na última semana. O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para apurar suposto crime de homofobia.

Segundo o documento, ao qual teve acesso o jornal O Estado de São Paulo, Ribeiro “fez afirmações ofensivas à dignidade do apontado grupo social (comunidade LGBT)”. As falas em questão foram dadas pelo ministro em entrevista ao mesmo jornal, na última quinta-feira (24).

Entre outros, Ribeiro afirmou que pessoas LGBTs são frutos de famílias desajustadas: “acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, respondeu ao ser questionado sobre a importância da educação sexual em sala de aula. Além do caráter flagrantemente preconceituoso da fala, o ministro usou o termo “homossexualismo”. A palavra remete a doença, em função do sufixo “ismo”. Dessa forma, o correto é homossexualidade.

A respeito de discussões sobre gênero nas escolas, afirmou o mandatário do MEC: “quando o menino tiver 17, 18 anos, vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser homossexual, eu respeito, mas não concordo”. Ribeiro falou ainda que escolas perdem tempo ensinando sobre sexo, o que favoreceria uma erotização das crianças.

Andes-SN repudia falas

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) divulgou nota na qual repudia as declarações de Ribeiro. “As declarações abomináveis do ministro da educação, além de homofóbicas, relacionando a homossexualidade à doença ou ainda “opção”, coloca a escola enquanto um espaço excludente, de reprodução de discriminações e violência. Ribeiro evidencia seu descaso diante da população quando exime o MEC e o governo federal da responsabilidade sobre as inequidades existentes no país”, diz o texto.

O Brasil é o país onde mais são mortas pessoas LGBTQIA+ por crimes de ódio. Declarações como a do referido ministro reforçam essa vergonhosa estatística. Lembramos que, desde 2019, a homofobia e a transfobia são crimes no Brasil, de acordo com decisão do STF”, lembra ainda o sindicato.

*Crédito da foto em destaque: reprodução internet

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

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