Ministério insinua vigiar servidores nas redes sociais
A Comissão de Ética do Ministério da Saúde encaminhou e-mail aos servidores da pasta com o que chama de “Dica da Ética” para o uso das redes sociais. O documento deixa a entender que Whatsapp, Facebook, Twitter e outras redes sociais podem ser vigiados, inclusive os comentários feitos, conforme reprodução divulgada pela imprensa.
“A função pública ‘se integra na vida particular de cada servidor público’ e, por isso, ‘os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional’”, diz um trecho do comunicado em tom ameaçador.
A Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Assistência e Previdência Social (Fenasp) reagiu à coação. Em nota, disse: “repudiamos todas as formas de censuras e ameaças, e aconselhamos a todos os(as) servidores(as) para não acatarem tais “orientações ou ameaças”, e procurarem as entidades sindicais para ingressar com medidas judiciais sempre que sofrerem quaisquer advertências ou assédio moral em razão de medidas ilegais como essas”.
A federação informou ainda que, juntamente aos sindicatos, vai “apresentar denúncia, junto ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT), para investigar e punir os(as) responsáveis por esta tentativa de censurar, bisbilhotar e invadir a privacidade dos(as) trabalhadores(as) do Ministério da Saúde”.
Servidores enquadrados na lei de Segurança Nacional
Nesta quarta-feira (17), foi noticiado ainda que servidores do Ministério da Saúde foram obrigados a assinar um documento sob ameaça de serem enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Essa é uma ação do governo no intuito de restringir a divulgação de informações relativas à pandemia da Covid-19.
Com a saída do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, cresceu a presença dos militares na pasta. Foram nomeados cerca de 20, incluindo o atual ministro interino, coronel Eduardo Pazuello.
*Crédito da foto em destaque: Agência Brasil
(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações da Fenasp e Correio Braziliense)