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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Protestos em defesa da universidade pública reúnem mais de 1 milhão de pessoas na Argentina

Protestos em defesa da universidade pública reuniram mais de um um milhão de pessoas nas ruas da Argentina, nessa quarta-feira (2). A Marcha Federal Universitária foi convocada pela Frente Sindical das Universidades Nacionais, em unidade com o movimento estudantil e com o Conselho Interuniversitário Nacional (CIN). 

Com atos massivos na capital Buenos Aires e em cidades como Córdoba, Mar del Plata, Santa Fe e Mendoza, além de manifestações em todas as províncias, os argentinos se mobilizaram pela garantia da Lei de Financiamento Universitário, que recompõe os recursos destinados às universidades, gravemente afetadas pelas restrições orçamentárias do governo de Javier Milei. Recentemente, o presidente argentino de extrema direita anunciou que vetará totalmente a lei.

Também se somaram à pauta de mobilização as reivindicações salariais, uma vez que docentes acumulam uma perda de mais de 50% desde o início da gestão Milei. A comunidade acadêmica sofre ainda com ataques aos estudantes, que estão com as bolsas e auxílios defasados.

“Nosso conflito não foi resolvido, apesar das mentiras que o governo divulga nos meios de comunicação. A Lei de Financiamento Universitário é tão importante porque nos garante um piso salarial e orçamentário. Dizemos ao presidente Milei: Não vete a lei. E ao Congresso, se houver veto, queremos que a lei seja aprovada porque é justa, porque é equitativa e porque representará uma vitória para nossa nação. Universidade pública, sempre!”, afirmou a secretária-geral da Federação de Docentes e Pesquisadores Universitários da Argentina (Conadu Histórica), Francisca Staiti, durante a manifestação na capital. “Eles buscam uma universidade reduzida, para grupos de elite, pequena, privada e mercantilizada”, acrescentou Staiti.

Diante das barreiras e do cerco policial, que tentou impedir o protesto, Francisca Staiti destacou a vontade de luta da categoria docente, que saiu às ruas mais uma vez “apesar da ameaça repressiva da ministra Bullrich”. A dirigente da Conadu Histórica voltou a alertar sobre os ataques permanentes do governo contra a universidade públicas, os seus trabalhadores e estudantes. “Por isso, hoje, com mais força do que nunca, estamos aqui reunidos com muita alegria, com muito espírito de luta, chegando à praça, subindo ao palco e dizendo a Milei que assim não, basta!”, disse, destacando outros setores públicos que estão sendo atacados pelo governo.

A manifestação mobilizou a comunidade universitária e obteve a adesão de movimentos sindicais, políticos e sociais, tornando-se um catalisador das demandas populares em um contexto de forte crescimento dos índices de pobreza, de queda da produção e da taxa de emprego. A luta em defesa da educação pública se uniu a outras pautas, como a defesa das Aerolíneas Argentinas e contra a privatização de empresas e serviços públicos, o rechaço aos ataques às aposentadorias e à saúde pública, entre outros.

Dispara número de argentinos abaixo da linha da pobreza

Não para de crescer o número de argentinoS abaixo da linha da pobreza. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), mais da metade da população (52,9%) está nesse situação. O dado se refere ao primeiro semestre de 2024 e representa aumento de 11,2 p.p. em relação ao mesmo período de 2023.

Na primeira metade deste ano, que coincidiu com os primeiros meses da forte política de cortes e ataques de Milei, a indigência também aumentou 6,2 p.p. , chegando a 18,1% da população. 

O Indec calcula a pobreza comparando a renda dos lares com o custo de uma cesta básica completa, que inclui alimentos e outros bens e serviços, como roupas e transporte. No primeiro semestre de 2024, a cesta custava cerca de US$ 240 (R$ 1.306). Sob forte a recessão econômica, o país tem uma das inflações mais altas do mundo, acumulando 236,7% em 12 meses.

(Assessoria de Comunicação do ANDES-SN com edições da ASPUV)

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