Greve faz governo anunciar recursos para universidades, mas montante segue insuficiente
Em reunião com reitores nessa segunda-feira (10), o governo federal indicou a liberação de uma série de recursos para as instituições federais de educação. As verbas incluem R$ 400 milhões para o custeio das universidades e dos institutos em 2024 e R$ 5,5 bilhões em investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ao longo dos próximos anos, que não foram, no entanto, detalhados.
Após a reunião, o Comando Local de Greve (CLG) analisou o que foi apresentado. A avaliação é que os recursos são uma vitória do movimento grevista, mas permanecem aquém do necessário. Por exemplo, apenas para que as universidades consigam fechar 2024 sem ficar no vermelho, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reivindica R$ 2,5 bilhões.
“Nós do Comando Local de Greve da ASPUV entendemos essa reunião como uma resposta do governo à pressão do movimento grevista e da greve da educação federal. No entanto esse anúncio que o governo faz, dos R$ 400 milhões para 2024, ainda é muito insuficiente para atender a todos as necessidades das universidades, dos institutos federais e dos Cefets. E o montante que ele também anuncia do PAC, para 2025, 2026 e 2027, não fica claro como ele será distribuído ao longo desses três anos”, avaliou a integrante do CLG e diretora da ASPUV, Angela Ferreira.
Assista à análise na íntegra no link abaixo:
Na noite dessa segunda, o ANDES-SN também divulgou um vídeo com uma avaliação do anúncio feito pelo governo. A análise é semelhante. “Todas essas verbas alcançadas, ainda que de forma insuficiente e parcial, resultam do movimento grevista de professores e técnicos. Por certo, sem a nossa luta, nenhum tipo de movimentação por parte do governo federal seria realizado. As verbas ainda não alcançam a integralidade daquilo que foi ansiado por nosso movimento e precisam ser majoradas. Há investimentos futuros nas instituições federais de ensino superior e que devem ser objeto da nossa atenção, haja vista que não foram detalhadas sequer para os reitores, que dirá para o movimento grevista e para o público geral”, disse o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian.
A greve continua
O Comando de Greve reforça que a liberação dos recursos não esgota a pauta da categoria. Existe grande expectativa de que haja avanços efetivos na próxima reunião com o Ministério da Educação.
“Lembramos aqui que a nossa pauta não foi esgotada (…). Consta na nossa pauta também a discussão da nossa carreira e a recomposição salarial. Na próxima sexta-feira, está prevista uma reunião no Ministério da Educação e a nossa expectativa é de que haja algum avanço nessa negociação”, complementou Angela.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)
Além da preocupação com as condições gerais de subsistência das universidades, não se pode esquecer do que vem sendo um achatamento cada vez mais importante do nosso próprio e individual problema de subsistência. Quando vejo que as despesas obrigatórias sobem, “comendo” percentuais cada vez maiores do meu salário, não há como ignorar que – a continuar assim o tratamento dado aos servidores – logo esses valores ultrapassarão os 100%! Como sobreviveremos? É uma questão simples, matemática e fatal.
Tomem o exemplo dos planos de saúde. Verifiquem o impacto desse ítem de despesa sobre os salários, tomando os últimos 5 anos. Idem para energia elétrica, taxas de condomínio, aluguéis, mensalidades escolares etc.
Para o presidente Lula é fácil viver com as despesas pagas pelo Estado: frequentar hotéis estrelados, viajar com comitivas sem preocupação com o pagamento dos gastos… e o mais, a gente sabe, sem nenhum compromisso com o bom exemplo que um dirigente deve mostrar.
Alguém tem coragem para falar? Alguém tem a humildade para reconhecer? Alguém é bastante honesto para tomar assumir essas verdades inconvenientes?