Governo promove intervenção em mais uma universidade federal
Mais uma instituição federal de ensino é alvo da intervenção do governo na nomeação de seus dirigentes. Desta vez, o Ministério da Educação (MEC) escolheu como nova reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG) a terceira colocada na lista tríplice.
“A lista tríplice é resquício da ditadura empresarial militar, instrumento que ataca a autonomia universitária e segue sendo utilizado para afrontar a escolha democrática de docentes, estudantes e técnico(a)-administrativo(a)s das Universidades, Institutos e CEFETs. Já são mais de vinte instituições de Ensino Superior sob intervenção no país”, reagiu o Andes-SN, em nota, a mais esse ataque à autonomia universitária.
A professora Sandramara Matias Chaves ficou em primeiro lugar na consulta junto à comunidade acadêmica, encabeçando a lista tríplice do Conselho Universitário (Consuni) enviada ao MEC. O governo, no entanto, nomeou a terceira colocada, a professora Angelita Pereira de Lima. Chaves é a vice-reitora da UFG na gestão 2018-21, compondo a direção junto ao agora ex-reitor Edward Madureira. Madureira foi presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) até 2020 e considera a não nomeação da colega uma retaliação por sua atuação à frente da entidade.
“Nunca me calei. Sempre questionei a nomeação de dirigentes que não eram os primeiros da lista e talvez esteja pagando o preço por não ter ficado em silêncio. (Angelita) é uma pessoa extremamente competente e que se dedica à UFG. Mas essa não é a questão. O que está em jogo é a autonomia da universidade, o respeito à escolha da comunidade universitária, à decisão do Consuni e o exercício da democracia. É lamentável que este governo não respeito e não considere o que é uma universidade pública. Espero que muito em breve esse cenário mude. O principal agora é preservar nossa instituição, encontrarmos o melhor caminho e unir forças para que a UFG continue cumprindo o seu papel e mostrando a sua importância”, disse Madureira em entrevista publicada no jornal Diário do Estado.
Andifes reage à intervenção
A Andifes inclusive reagiu a essa nova intervenção nas universidades federais. Em nota pública, a associação disse: “todo o processo de escolha da professora Sandramara Chaves guardou absoluta harmonia com as normas legais e regimentais aplicáveis. Sua escolha recebeu parecer técnico favorável no MEC e teve apoio e reconhecimento de diferentes representações empresariais, sociais e políticas do estado de Goiás. Teve o endosso, inclusive, dos candidatos que se submeteram à consulta à comunidade, bem como da segunda e da terceira colocadas na lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior daquela Instituição”.
O que defende o Andes-SN?
Historicamente, o Andes-SN defende o fim da lista tríplice e que o processo de escolha dos dirigentes se encerre no âmbito de cada instituição, respeitando a autonomia prevista no artigo 207 na Constituição Federal.
Ao menos 25 reitores já foram indicados por Jair Bolsonaro, desconsiderando a escolha da comunidade acadêmica e em total desrespeito à autonomia universitária, desde 2019.
Confira também:
– Rádio ASPUV autonomia universitária
– Mais de 20 universidades e institutos federais estão sob intervenção do governo
(Assessoria de Comunicação do Andes-SN com edições da ASPUV)
Tem que lembrar que as universidades federais são sustentadas pelos contribuintes e que os brasileiros elegeram o Presidente Bolsonaro para governar o Brasil e é o executivo que administra os impostos e se tem alguma instituição fazendo mal uso do dinheiro ele tem que intervir. As universidades federais se tornaram centro de militância comunista.