FÓRUM ASPUV levanta discussões sobre os impactos da pandemia e as perspectivas para a educação
A pandemia e a consequente implantação do ensino remoto trouxeram profundos impactos sobre toda a comunidade universitária. E mais: apesar do aparente arrefecimento, o cenário ainda é de muitas incertezas em meio ao surgimento de novas variantes e à desigualdade de acesso às vacinas. Na universidade, soma-se também um cenário difícil em meio ao corte de verbas e aos constantes ataques à autonomia das instituições, inclusive nas ações de combate à covid-19, como o passaporte vacinal.
Questões como essas estiveram em análise durante o FÓRUM ASPUV: Reflexões sobre a saúde, o trabalho e a vida universitária na pandemia, realizado entre os dias 14 e 17 de fevereiro. A programação reuniu quatro mesas temáticas com professores e representações de classe. Os debates foram transmitidos ao vivo pelo canal da ASPUV no YouTube.
Confira, a seguir, mais sobre o que foi levantado e reveja as mesas do FÓRUM ASPUV:
Mesa 1 Tensões e cenários do CAV: graduação e pós
O primeiro dia de debates do FÓRUM ASPUV reuniu uma mesa de abertura e uma mesa temática, que debateu o assunto Tensões e cenários do CAV: graduação e pós.
A abertura contou com a participação do representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), Diego Ferreira; da secretária-geral do Andes-SN, Regina Ávila; e do presidente da ASPUV, Edilton Barcellos, que também mediou a primeira mesa, realizada na sequência. “É um tema (o do FÓRUM ASPUV) importante e traz muitos desafios para os próximos períodos, porque eu penso que nós vamos passar um bom tempo debruçando sobre as consequências desse período pandêmico, que nós ainda vivemos (…). Qual foi a repercussão para o projeto de educação que nós defendemos? Porque nós não estamos passando impunemente por esse momento histórico sem ver atingido aquilo que a gente defende como um projeto de educação pública. Muito menos a nossa saúde está passando impune”, ressaltou a representante do Andes-SN.
Na sequência, o debate reuniu um professor de cada centro de ciência do campus Viçosa: Maria Alice Fernandes Mendonça (DER), Jener Sampaio Zuanon (DBA), Orlando Pinheiro da Fonseca Rodrigues (DPF) e Fernando Conde (DGE). Os participantes levantaram questões como o ritmo de trabalho acelerado, os desconfortos das atividades em casa e os impactos principalmente sobre as mulheres e mães, já tradicionalmente sobrecarregadas pelas tarefas domésticas. Também foi lembrado o fato de vários graduandos estarem se aproximando da metade dos seus cursos sem atividades presenciais e o contato mais próximos com os colegas, professores e corpo técnico, temendo-se os impactos sobre a formação desses alunos. Outro ponto destacado foi o aprofundamento das desigualdades ocasionado pela pandemia, o que amplia e cria contradições dentro da universidade. Faz ainda ressurgirem algumas sobre as quais já se vinha evoluindo, como as relacionadas às políticas de acesso e permanência dos estudantes.
Reveja a Mesa 1 a seguir:
Mesa 2 Tensões e cenários da multicampia e EBTT
Mediada pela docente do Departamento de Economia Doméstica (DED), Fernanda Miquelão, a segunda mesa temática do FÓRUM ASPUV levantou os impactos da pandemia e do ensino remoto sobre os campi de Florestal e Rio Paranaíba bem como sobre o ensino básico o ensino técnico ofertados pela UFV. Participaram da discussão os professores Renan Montico (CAF), Alessandra Tostes (Coluni), Fabrícia Mendes (CRP) e Newton Sanches (CAF).
Os debatedores levantaram questionamentos surgidos com a implantação do ensino remoto como a carga horária e o tempo de tela a serem estabelecidos, além da forma como seria disponibilizado o material didático aos alunos. No caso do campus Florestal, foi lembrado também o descompasso inicialmente ocorrido entre as atividades da graduação e da pós e aquelas do ensino técnico, o que levou à sobrecarga e falta de descanso para os professores que atuam em mais de uma etapa de ensino.
Reveja a Mesa 2 a seguir:
Mesa 3 Ponto de vista das entidades e representações
A terceira mesa do FÓRUM ASPUV levantou o ponto de vista das entidades representativas. Participaram o presidente da ASPUV, Edilton Barcellos; o presidente da ASAV, Júlio César dos Reis; o integrante da coordenação-geral do DCE, Lucas Zini; e a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Viçosa (Sinfup), Maria Aparecida Paiva. A mediação foi feita pela vice-presidente da ASPUV, Mônica Pirozi.
A pandemia trouxe diversos desafios ao movimento sindical em um momento que conjugou a acentuada retirada de direitos com as limitações relacionadas à realização de atividades públicas. Outro desafio se relacionou às decisões internas da UFV relativas às aulas remotas, trabalho e saúde da comunidade universitária.
Reveja a Mesa 3 a seguir:
Mesa 4 Cuidados e saúde da condição docente: pandemia e pós-pandemia
Finalizando as atividades, a quarta mesa reuniu a vice-reitora da UFV, Rejane Nascentes; o professor do Departamento de Educação e integrante da Diretoria da ASPUV, Cezar De Mari; o professor do Departamento de Medicina e Enfermagem, Leandro Wenceslau; e a diretora do Andes-SN e membro do Grupo de Trabalho Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria do sindicato nacional (GTSSA), Elizabeth Vasconcelos. A mediação foi do tesoureiro da ASPUV, Allain Oliveira.
A vice-reitora apresentou uma síntese das ações desenvolvidas pela UFV relacionadas à covid-19. Destacou medidas sobre o retorno gradual das atividades presenciais, como a adoção do passaporte vacinal, e a necessidade de revisão constante dos protocolos, conforme as recomendações de saúde e modificações da pandemia. A mesa frisou ainda os impactos sentidos pela comunidade universitária, com destaque para o agravamento do adoecimento mental. O professor Leandro apresentou números de uma pesquisa da qual é um dos coordenadores que evidencia, entre os estudantes de graduação, o cenário: 65,18% dos participantes relataram estar com quadro de estresse e/ou ansiedade e/ou depressão de forma grave.
Outro ponto destacado foram as medidas, além da pandemia, que implicam o desmonte dos serviços públicos e o aumento da desigualdade, o que também leva à piora dos quadros de saúde da população. Exemplos são o Teto de Gastos (Emenda Constitucional nº 95), a reforma administrativa e as privatizações.
Reveja a Mesa 4 a seguir:
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)