Aspuv

Seção Sindical dos Docentes da UFV

As reformas em curso no país, os ataques aos trabalhadores, à educação e demais serviços públicos foram alguns dos temas de destaque durante a 37ª edição do Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), encerrado na madrugada do último domingo (28), em Salvador (BA). Mais de 550 professores de 82 seções sindicais de todo o país participaram da atividade. A Aspuv esteve presente com quatro representantes (um delegado e três observadores). “Certamente, esse é um ano em que o Andes vai ser desafiado a dizer qual projeto de educação ele quer continuar a construir. Por isso, todos os nossos docentes estão convocados a reafirmar um sindicato que é classista, que é de luta, e que é autônomo”, disse a presidente do sindicato, Eblin Farage, ao fim do congresso.



Delegação da Aspuv em Salvador



Entre as deliberações tomadas no encontro, está a aprovação do plano de lutas para o setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Para 2018, foi definida a intensificação das ações contra medidas de ataque aos serviços e servidores públicos; como o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), a Medida Provisória 805/17 (que congela o reajuste salarial por um ano e aumenta a contribuição previdenciária do funcionalismo federal – lembrando que essa medida está, por enquanto, suspensa por liminar do Supremo Tribunal Federal) e a reforma da Previdência; além da revogação da Emenda Constitucional 95 (que congelou os gastos públicos por 20 anos) e da reforma trabalhista.



Outro ponto de debate foi a atuação do Andes na defesa dos docentes que atuam nos colégios de aplicação. Foram definidas ações nesse sentido, como a produção de materiais informativos.



Confira abaixo outras deliberações e informações do congresso:



Luta contra o assédio e pela paridade de gênero

Entre as alterações estatutárias aprovadas pelos delegados e delegadas, está a inclusão, no estatuto do Andes, de um novo capítulo intitulado Da comissão de enfrentamento ao assédio nos congressos e Conads. A partir dessa deliberação, todos as próximas edições dessas atividades deverão instituir a referida comissão. Foi recomendado ainda que o Grupo de Trabalho para Políticas de Classe, Etnia, Gênero e Diversidade Sexual inicie debates para a criação de estratégias de enfrentamento ao assédio no âmbito de todos os eventos nacionais do Andes.



Também foi aprovado pelos participantes que os Grupos de Trabalho de Políticas de Formação Sindical (GTPFS) e para Políticas de Classe, Etnia, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) realizem debates sobre a paridade de gênero da Direção Nacional como política do sindicato. Essa matéria deve ser apreciada durante a 63ª edição do Conselho do Andes (Conad), que será realizada este ano, em Fortaleza (CE).



Lançamento de documentários

Dois documentários foram lançados em Salvador: Narrativas Docentes: memória e resistência negra e Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT. As produções tratam da experiência de professores militantes, suas trajetórias e lutas dentro e fora das suas respectivas instituições de ensino. Os materiais são resultado de uma resolução aprovada no 36º Congresso do Andes, realizado em 2017: “Estes lugares de fala possuem diferentes visões sobre a universidade e enfrentaram diferentes lutas nesse período todo. Para nós, é muito importante, porque com os documentários damos dois saltos: monumentalizamos essas pautas, que são fundamentais para a luta classista, e, ao mesmo tempo, registramos esses companheiros e companheiras que construíram o sindicato”, avaliou um dos coordenadores do Grupo de Trabalho para Políticas de Classe para Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), Caiuá Al-Alam.



Confira aqui o documentário Narrativas Docentes: memória e resistência negra e aqui o Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT.



Eleições do Andes

Ainda durante o Congresso, foram apresentadas as duas chapas que irão concorrer nas eleições do sindicato (gestão 2018-2020) em maio.



A Chapa 1 ANDES Autônomo e de Luta tem como candidato a presidente Antônio Gonçalves Filho (Universidade Federal do Maranhão); a secretária-geral Eblin Farage (Universidade Federal Fluminense e atual presidente do ANDES-SN); e a tesoureira Raquel Dias Araújo (Universidade Estadual do Ceará). “Este momento é bastante significativo para o nosso sindicato, porque fortalece a nossa democracia interna e a nossa chapa vem dentro de um contexto de muitas lutas e a forma que nos organizamos pela base e com autonomia caracterizam a nossa chapa”, disse Gonçalves.



Por sua vez, a Chapa 2 Renova ANDES é composta por Celi Taffarel (Universidade Federal da Bahia) concorrendo a presidente, Maria de Lourdes Nunes (Universidade Federal do Piauí) a secretária-geral e Everaldo Andrade (Universidade de São Paulo) a tesoureiro. “A nossa chapa representa uma trajetória de construção da unidade de vários grupos e de docentes de várias universidades, que vêm desenvolvendo um esforço para recuperar uma série de bandeiras que estava sendo esquecida pelas últimas gestões do ANDES-SN”, afirmou Andrade



As chapas terão até o dia 27 de fevereiro para apresentar os demais nomes que comporão as candidaturas. A comissão eleitoral terá sete dias corridos para homologar as inscrições.  As eleições ocorrerão por votação direta e secreta em todo o Brasil nos dias 09 e 10 de maio.



Novas seções sindicais e próximo congresso

Em Salvador, os professores aprovaram a constituição e reorganização de três seções sindicais do Andes. Os participantes homologaram a criação da Associação dos Docentes da Educação Superior da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro) – Adesfaetec, o retorno da Associação dos docentes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Adufms) ao conjunto de seções sindicais, além da reorganização e retorno da Seção Sindical dos Docentes da Fundação de Ensino Superior de Goiatuba (Unicerrado) – Sesdufesg, que teve o nome alterado para Seção Sindical dos Docentes do Centro Universitário de Goiatuba – Unicerrado.



Por fim, a cidade de Belém (PA) foi escolhida para sediar a próxima edição do congresso em 2019. O evento será organizado em parceria com a Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa).


(Assessoria de Comunicação da Aspuv com informações do Andes)

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