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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Começa o 41º Congresso do ANDES-SN: veja o que foi debatido no primeiro dia de atividades

Teve início, nessa segunda-feira (06), o 41º Congresso do ANDES-SN, maior instância deliberativa da categoria docente. Realizada em Rio Branco (AC), esta edição traz como tema Em defesa da educação pública e pela garantia de todos os direitos da classe trabalhadora e reúne mais de 600 professores de todo o país. A ASPUV participa com uma delegada de diretoria, Mônica Pirozi, e uma observadora também integrante da diretoria, Fernanda Miquelão.       

Mesa de abertura do 41º Congresso do ANDES-SN

A mesa de abertura do congresso contou com a participação de representantes de entidades sindicais, movimentos sociais e dos povos da floresta. A presidente do ANDES-SN, Rivânia Moura, destacou o momento de efervescência no cenário político nacional e, nesse contexto, o papel dos sindicatos: “os sindicatos, muito além de suas reivindicações corporativas,  devem se transformar em escolas para avançar na consciência de classe, rompendo com as amarras do Capital para a construção de uma sociedade igualitária. Há de se comemorar a derrota desse genocida, no entanto é necessário que os sindicatos mantenham sua independência e autonomia frente ao governo e construam políticas que garantam as nossas reivindicações”. Na sequência, citou o líder seringueiro Chico Mendes: “no começo, pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”.

Professoras Mônica Pirozi e Fernanda Miquelão, representantes da ASPUV no 41º Congresso do ANDES-SN

Chico Mendes também foi lembrado pela primeira mulher a presidir o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), Dercy Telles,  convidada da abertura: “eu venho de um histórico de luta e tive o prazer de conviver com o líder sindical Chico Mendes, assassinado em 1988, e que lutou pela vida e pela terra de trabalhadores, seringueiros, ribeirinhos, indígenas. Eu fiz parte dessa luta e mobilizamos muita a base, principalmente do município de Xapuri, e conseguimos contagiar os outros sindicatos. Essa universidade, através dos professores e estudantes, foi fundamental para organizar a classe trabalhadora do Acre. Infelizmente, o movimento sindical do Acre foi descontruído ao longo desses 20 anos que antecederam o governo atual”.

Outra fala de destaque foi a da representante do Movimento Indígena do Acre e professora indígena, Nedina Luíza Yawanawa. Para Yawanaka, é tempo de renovar a esperança após intensos ataques aos direitos do povos originários: “eu aprendi no meio de vocês que uma sociedade que tem conhecimento é uma sociedade forte e que atacar a educação é destruí-la. Tivemos um governo que retirou recursos das universidades. Agora, estamos vivendo um momento de esperança nesse novo governo, que nos convidou, povos indígenas, a ser protagonistas dos nossos órgãos como a Funai, Sesai, e com a  própria criação do Ministério dos Povos Indígenas. E isso nos alegra porque  é um momento que estamos participando ativamente da sociedade brasileira. Estamos juntos com vocês na mesma luta. Os povos indígenas estão resistindo até agora e queremos ser inclusos nas políticas públicas, na saúde e educação, que são o caminho para uma sociedade melhor e forte”.

Plenária de Conjuntura e Movimento Docente

Ainda nessa segunda, foi realizada a Plenária de Conjuntura e Movimento Docente.  Antes do debate, os autores dos doze textos, que nortearam a plenária, apresentaram as suas contribuições. Diversas falas apontaram o papel fundamental da unidade da luta da classe trabalhadora para o enfrentamento à extrema-direita. Outros destaques foram a importância da desmilitarização do governo, a da punição dos responsáveis pelos atos golpistas de 08 de janeiro bem como pelos demais ataques aos povos indígenas, à população LGBTQIA+, às negras e aos negros. “Sem anistia!” foi a frase de ordem entoada durante vários momentos das discussões.              

O diretor do ANDES-SN que presidiu a plenária, Gustavo Seferian, destacou a qualidade das falas e as particularidades do Acre citadas, como a luta das populações indígenas, em especial a barbárie contra a população Yanomami, e as questões ambientais. “Temas como a permanência ou não na CSP-Conlutas, as avaliações em relação ao governo recém eleito e as diversas interpretações que existem na categoria em relação a isso também foram pautados em um debate bastante amistoso e enxuto, pois não foi possível prorrogar a plenária”, pontuou.

Lançamento da revista Universidade e Sociedade

O primeiro dia do 41º Congresso do ANDES-SN marcou ainda o lançamento da 71ª edição da revista Universidade e Sociedade, publicação editada semestralmente pelo sindicato nacional. Este número, que tem como tema As contrarreformas no Brasil: a educação pública na resistência aos ataques neoliberais, e os anteriores estão disponíveis aqui

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

 

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