Capes suspende bolsas de mestrado e doutorado
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou, nessa quarta-feira (08), a suspensão na concessão de bolsas de mestrado e doutorado. O órgão não especificou, no entanto, as áreas afetadas, o número de bolsas e o valor congelado.
O bloqueio se dá sobre bolsas que seriam destinadas a novos alunos e já tinham sua verba liberada para 2019. São bolsas de estudantes que haviam concluído a pós-graduação e seriam destinadas aos recém ingressos. Segundo divulgado pelo portal G1, a Capes prevê ainda a suspensão de novas bolsas para o programa Idiomas sem Fronteiras e a redução gradativa para os programas que se mantêm com nota 3 (conceito mínimo de permanência no sistema de pós-graduação da CAPES) no período de dez anos.
A Capes foi um dos órgãos atingidos pelo bloqueio de verbas do Governo Federal nos últimos dias. Sofreu contingenciamento de R$ 819 milhões, o equivalente a 19% do orçamento autorizado para o ano.
Atualmente, a bolsa Capes de mestrado é de R$ 1,5 mil e a de doutorado, R$ 2,2 mil por mês.
Na UFV
A UFV informou que teve 18 bolsas de doutorado e 11 de mestrado do programa Demanda Social bloqueadas. Disse ainda que a inclusão de bolsistas do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) e Professor Visitante no Exterior (PVE) associados ao Programa de Internacionalização da UFV (PrInt) também está impossibilitada.
A universidade comunicou que o pagamento está garantido aos alunos de turmas em andamento. Já o Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP) e o Programa de Excelência Acadêmica (PROEX) devem ser pagos em duas parcelas, sendo a primeira liberada ainda no mês de maio.
Brasil na contramão
Os cortes na ciência e tecnologia públicas colocam o Brasil na contramão dos países mais desenvolvidos do mundo. No mesmo dia em que a Capes informou a suspensão das bolsas, o governo alemão anunciou que vai aumentar os investimentos nos centros de pesquisa e universidades. Serão destinados 160 bilhões de euros ao ensino superior e à pesquisa entre 2021 e 2030. Em média, esse valor representa 2 bilhões de euros a mais por ano na comparação com 2019.
Em Minas, Assembleia lança Frente Parlamentar em Defesa da Ciência
Aqui no estado, preocupa também o corte de cerca de 5 mil bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), motivado por contenção de gastos. Segundo o Governo Estadual, não há previsão de normalização no pagamento.
Nesse cenário, a Assembleia Legislativa de Minas lançou, na última terça-feira (07), a Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, Pesquisa e Tecnologia. A Frente já conta com a assinatura de 75 deputados e tem como um dos seus objetivos assegurar o repasse de 1% (dividido em 12 parcelas aunais) da receita ordinária corrente do Estado (aproximadamente R$ 300 milhões) à Fapemig, conforme previsto no artigo 212 da Constituição mineira.
Além da agência de fomento à ciência, o governo mineiro anunciou cortes sobre as universidades estaduais: Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Devem ser retirados 20% dos recursos destinados ao pessoal e 10% no custeio das instituições
Leia aqui notícia sobre como foi o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, Pesquisa e Tecnologia.
ASPUV na luta em defesa da ciência pública
Nesta quinta-feira (09), a ASPUV divulgou uma série de artes em defesa da ciência pública brasileira. Com o slogan Um país sem ciência é um país sem futuro os materiais foram divulgados, inicialmente, nas redes sociais. Confira nos links:
*Matéria atualizada no dia 10 de maio para inclusão do posicionamento da UFV.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações da UFV, ALMG e portal G1)