Capes cria grupo para regulamentar EAD na pós-graduação stricto sensu
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) criou um Grupo de Trabalho para regulamentar a Educação à Distância (EAD) na pós-graduação stricto sensu. O grupo foi criado por meio de uma portaria e tem prazo de funcionamento de 90 dias prorrogáveis.
Os trabalhos serão coordenados pela Diretoria de Educação à Distância (DED) e pela Diretoria de Avaliação (DAV) da Capes. Participarão representantes da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE); Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) e Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Além deles, também estão no grupo a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) e a Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED). A ABMES é a entidade patronal do ensino superior privado. Já a ABED, composta por docentes de instituições privadas e públicas que busca “estimular a prática e o desenvolvimento de projetos em educação a [sic] distância em todas as suas formas”, segundo seu site.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) reagiu à criação do grupo de trabalho da Capes e criticou a falta de representatividade da sua composição: “EAD é um grande filão da iniciativa privada, e agora ele vai chegar de vez à pós-graduação stricto sensu. É mais um nicho de mercado para a iniciativa privada lucrar com a educação pública (…). Temos que acompanhar de perto as normas que serão elaboradas por esse grupo. A comissão é formada apenas por entidades da oficialidade e do mercado. Há ausência de representações de docentes, de servidores e de estudantes, além de associações científicas no debate, o que é lamentável. Não serão levados em conta posições de quem vivencia na prática as consequências da EAD, como a precariedade do trabalho”, analisou a 3ª vice-presidente e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do Andes, Olgaíses Maués.
(Assessoria de Comunicação do Andes com edições da Assessoria de Comunicação da Aspuv)