Ato unificado em Viçosa chama atenção para a perda de direitos e a falta de políticas públicas para as mulheres
Viçosa vai lembrar o Dia Internacional da Mulher (08 de março, a próxima quinta-feira) com o Ato Unificado 8M: Pela vida das Mulheres, Nenhum Direito a Menos, atividade realizada por movimentos feministas, culturais e entidades representativas da cidade. A Aspuv é uma das apoiadoras do ato. O objetivo é chamar a atenção para a retirada de direitos femininos e a não implantação de políticas públicas voltadas para o tema em Viçosa. Entre os pontos de protesto, está a suspensão dos atendimentos da Casa das Mulheres, projeto que trabalhava com mulheres em situação de violência e deixou de funcionar devido à falta de recursos.
O ato unificado está marcado para as 16h, saindo das Quatro Pilastras em direção ao prédio da prefeitura. Na concentração, haverá uma oficina de estampas com tintas, oferecida pelo grupo Grafias à Margem. As participantes interessadas podem levar camisetas lisas para serem personalizadas.
Nesta terça (06), durante a reunião da Câmara Municipal, também será realizada uma intervenção na tribuna livre com a leitura de uma carta relatando a situação da Casa das Mulheres. A sessão começa às 18h30.
Suspensão dos atendimentos na Casa das Mulheres
A semana, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, está sendo marcada, em Viçosa, pela suspensão de um importante trabalho realizado junto às mulheres vítimas de violência na cidade: a Casa das Mulheres. Desde a segunda-feira (05), o local deixou de funcionar por causa da falta de recursos. Segundo ofício divulgado pelo movimento Frente Feminista, o programa atenderá em caráter excepcional aos casos em andamento e os considerados de maior gravidade em uma unidade volante na delegacia e em uma provisória na Defensoria Pública.
Em entrevista à Aspuv, a coordenadora do projeto, Cristiane Magalhães de Melo, explicou que, há dois anos, a Casa está sofrendo com a queda de verbas provenientes do Programa de Extensão Universitária (ProExt) do Governo Federal. Em 2016, foram quatro meses sem receber o recurso. Em 2017, a diminuição acarretou um menor número de atendimentos e, este ano, sem a verba, ficou impossibilitado o pagamento de um profissional capaz de orientar a equipe de estagiários. “Sem esse profissional, que vai estar diretamente com os estudantes todos os dias, não é possível a gente dar continuidades às ações da Casa”, disse a coordenadora.
Para retomar as atividades, a equipe está buscando alternativas de financiamento: “o ProExt foi um programa extremamente importante em termos de extensão universitária (…), mas a gente não tem esperança de que ele vai ser retomado. A gente tem tentado outras parcerias, inclusive com ONGs, com a iniciativa privada (…) articular com a própria prefeitura para ver se a gente consegue ampliar ainda mais essa parceria”, explicou Cristiane.
Na Casa das Mulheres, as vítimas de violência recebem atendimento e são orientadas sobre a rede de assistência existente em Viçosa (encaminhadas, por exemplo, para tratamento psicológico em um Centro de Referência e Assistência Social ou conduzidas na busca de uma medida protetiva). O programa mantém ainda um banco de dados relacionado à violência contra a mulher na cidade. Em 2016, mesmo com o problema no recebimento das verbas, a Casa das Mulheres realizou quase 800 atendimentos. Em 2017, com a situação financeira mais delicada, o número caiu para 560.
Ato Unificado 8M: Pela vida das Mulheres, Nenhum Direito a Menos:
Quinta-feira (08), 16h – Quatro Pilastras
(Assessoria de Comunicação da Aspuv)