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A Seção Sindical dos Docentes da UFV (ASPUV) repudia veementemente a fala do ministro da economia, Paulo Guedes, classificando os servidores públicos como “parasitas”. Esta é uma declaração mentirosa e que se mostra como mais um capítulo da estratégia do atual governo de jogar a opinião pública contra o funcionalismo.

Os servidores são fundamentais para o andamento e o desenvolvimento do país. Se o Brasil ainda possui serviços públicos que funcionam, é graças a eles. Bom lembrara que, ao contrário do que é grandemente propagado, o nosso país não tem uma máquina pública inchada. Segundo números da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 12% dos trabalhadores brasileiros estão na iniciativa pública. O número fica abaixo da média dos países pesquisados (21%) e é muito inferior ao das nações mais desenvolvidas, como a Noruega e a Dinamarca (quase 35%).

É um equívoco ainda insistir no discurso de que os servidores são “marajás”. Em sua ampla maioria, recebem salários longe de serem astronômicos. São trabalhadores, que devem estar comprometidos com as suas atividades laborais bem como com a ética e o zelo ao bem público, tendo sido admitidos por concurso, instrumento de grande importância garantido pela Constituição Federal para a seleção impessoal e sem casuísmos de servidores qualificados.

Outro mito se dá sobre a estabilidade. Tentam insistir que ela é um “privilégio”, omitindo ser esta uma ferramenta imprescindível para o bom funcionamento dos serviços públicos. Essa é uma forma de evitar perseguições político-ideológicas, de modo que o funcionalismo esteja comprometido fundamentalmente com a plena execução do trabalho e não a mero serviço de quem está momentaneamente no poder.

É necessário destacar que a fala do ministro se alinha às medidas em curso no Brasil, que atacam diretamente o funcionalismo. Entre os vários exemplos, podemos citar a PEC Emergencial, a reforma administrativa e o aumento da contribuição previdenciária. O objetivo está nítido: sucatear os serviços públicos e destruir os direitos dos trabalhadores. Beneficiam-se, assim, a iniciativa privada e o setor financeiro, aliados de logo data de Guedes. Por outro lado, sai perdendo a população, em especial a em condição mais vulnerável, que é a que mais depende da oferta de serviços públicos. Como exemplo podemos citar a crise do INSS. O órgão tem um déficit de 16 mil servidores, que, somado à retirada de verbas, faz a concessão de milhões de benefícios estar em atraso em todo o país.

Diante desse quadro de evidentes ataques e desmonte, a ASPUV conclama a mobilização de toda a sua base. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) indicou rodada de assembleia, a ser realizada nos primeiros dias de março, trazendo como pautas a construção de um dia de luta em defesa da educação, em 18 de março, e o debate sobre uma greve do setor neste primeiro semestre. Faz-se fundamental a presença dos professores para que, coletivamente, possamos pensar nas melhores estratégias de resistência e enfrentamento neste momento. Como reagiremos diante de conjuntura tão grave?

Além de mentirosa, a fala de Guedes não condiz com o cargo que ocupa. Tal declaração em nada adianta na solução dos graves problemas econômicos e sociais, nos quais estamos imersos. No lugar de atacar trabalhadores fundamentais para o Brasil, a preocupação primordial deveria ser com o crescimento do país, a geração de empregos, a queda da informalidade e a garantia de condições dignas de vida à população. Não merecemos e não aceitaremos tratamento com tamanha falta de respeito!

Seguiremos lutando pelos servidores e serviços públicos brasileiros!

Diretoria da ASPUV

Gestão 2018-2020

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)