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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Após suspensão, ANDES-SN reitera necessidade de revogação do novo ensino médio

Após muita luta das entidades ligadas à defesa do direito à educação, o Governo Federal estabeleceu a suspensão do Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio. A Portaria nº 627, que trata da questão, tem validade por 60 dias.

Na avaliação do ANDES-SN, no entanto, a suspensão não é suficiente e tem pouca ou até mesmo nenhuma eficácia. “Vemos com muita insatisfação essa suspenção, pois é apenas para onde não foi ainda implementado. Em muitos estados e municípios, já está em curso. Para nós, é necessária a revogação da reforma do Ensino Médio. Temos que continuar fortalecendo a nossa luta, cobrando do governo a necessária revogação do Novo Ensino Médio, que tira da nossa juventude, dos filhos e filhas da classe trabalhadora, a perspectiva de entrar numa universidade pública”, avalia a integrante da  coordenação do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), Elizabeth Barbosa.

Críticas ao Novo Ensino Médio

Barbosa explica as graves consequências que a adoção do Novo Ensino Médio (NEM) acarreta aos estudantes, sobretudo aos que estão em condição de vulnerabilidade socioeconômica. As escolas não têm iguais condições de oferecer os chamados itinerários formativos. As escolas públicas, por sofrerem com condições e estrutura mais precárias, passarão a oferecer uma formação completamente aligeirada, que aumentará as desigualdades no ensino ofertado entre elas e as da rede privada.

“Vende-se a ideia de uma educação em tempo integral, mas, quando você se debruça sobre o que significam os itinerários de formação, por exemplo, você vai ver que esse estudante não vai estar na escola em período integral. Muitas das atividades são online, e até mesmo consultar um livro didático faz parte da carga horária. Isso é nefasto”, avalia a diretora do ANDES-SN.

Outra preocupação apontada pelo sindicato nacional é a escolha de Fernando Wirthmann Ferreira como coordenador-geral de Ensino Médio, função vinculada à Diretoria de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica, da Secretaria de Educação Básica do MEC. Ferreira já ocupava esse cargo durante o governo Bolsonaro e antes mesmo, entre 2015 e 2020,  foi o responsável pela reformulação curricular para implementação do Novo Ensino Médio no Distrito Federal. “É inadmissível que o atual governo mantenha nos cargos pessoas que fizeram parte do governo anterior, que foi nefasto para a sociedade brasileira”, criticou o ANDES-SN em nota.

Novo Ensino Médio

O Novo Ensino Médio é fruto de uma reforma estabelecida pelo governo de Michel Temer por meio da Medida Provisória (MP) 746/2016, editada sem qualquer debate com as entidades educacionais, estudantes, trabalhadores da área e sociedade civil.

Desde que a MP foi apresentada, o ANDES-SN denuncia o caráter excludente, mercadológico e privatista do Novo Ensino Médio. No início deste ano, o sindicato nacional apresentou ao novo governo o documento Onze pontos programáticos em defesa da Educação Pública, que reitera, entre outros, a  necessidade da urgente revogação do NEM.

Confira também:

– Rádio ASPUV #17 Reforma do Ensino Médio

– Novo Ensino Médio começa a ser implantado em 2021 e traz sérias consequências

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

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