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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Andes defende financiamento público para as universidades durante reunião da SBPC

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) esteve presente da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada entre os dias 22 e 28 de julho em Maceió (AL). O Andes organizou uma tenda alternativa, onde promoveu debates sobre o papel das universidades públicas na produção da Ciência & Tecnologia no país, o financiamento dessa área e a influência do pagamento da dívida pública e das privatizações na produção de conhecimento. O objetivo foi propor uma discussão crítica ao maior evento científico da América Latina.



Na quarta-feira (25), a tenda realizou duas palestras. A primeira debateu a Securitização de dividas: novas formas de endividamento e seus impactos sociais e contou com a presença de Maria Lúcia Fatorelli, da organização Auditoria Cidadã da Dívida, e do jurista e membro do Ministério Público do Trabalho, Cássio Araújo. A segunda discutiu Universidade e Sociedade na Atualidade do Brasil com o presidente do Andes, Antônio Gonçalves, e o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), José Menezes Gomes.



No dia seguinte, foi realizada a mesa Ciência & Tecnologia e Financiamento, com o docente da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Epitácio Macário, e a da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Luciana Ferreira. Durante a atividade, Macário lembrou que a 70ª Reunião da SBPC foi marcada por protestos de pesquisadores contra as políticas do Governo Federal na área. A comunidade científica denunciou que inúmeros programas foram fechados e bolsas cortadas. O professor, no entanto, destacou que o problema de financiamento não se resume ao drástico corte orçamentário. Para Macário, o debate precisa considerar um conjunto de aspectos estruturais na sociedade brasileira. O principal exemplo é o da dívida pública, que consome cerca de 40% do orçamento anual da União, de acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida. “Temos que englobar a luta por recompor os orçamentos, mas, também, enfrentar questões estruturais e o sentido e controle da Ciência e Tecnologia”, defendeu o palestrante.



Ferreira, por sua vez, disse que o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foi baseado numa política, que não dá sustentação aos princípios básicos de uma C&T de inclusão social. Segundo a professora, há uma série de outros dispositivos que também colocam em questão problemas de financiamento das universidades e da ciência e tecnologia. A professora falou ainda que é necessário equacionar para quem e por que produzir ciência. Para ela, a privatização das universidades não se resume à mera cobrança de mensalidades: a privatização também está na produção do conhecimento. Portanto, é preciso refletir que não basta uma discussão sobre o orçamento, mas sim sobre o sentido desse orçamento.



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Crédito da foto em destaque: divulgação Andes

(Assessoria de Comunicação da Aspuv com base em texto da Assessoria de Comunicação do Andes)

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