Reitor interventor da UFVJM coordena atos antidemocráticos, que questionam eleições
O reitor interventor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Janir Alves Soares, está coordenando bloqueios nas rodovias da região de Diamantina (MG). Soares chegou, inclusive, a protocolar documento ao comandante do 3° Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), pedindo apoio aos atos, que são antidemocráticos, e questionam o resultado das eleições.
“A presença de Janir Alves no bloqueio de estradas e coordenando ações antidemocráticas revela que a intervenção nas IES não se limita a destruir as universidades, mas também em organizar o bolsonarismo e o fascismo contra a decisão do povo Brasileiro que elegeu Lula para a Presidência, no último dia 30/10”, destacou o ANDES-SN.
Intervenção na UFVJM
A UFVJM é uma das cerca de 20 instituições federais de ensino que sofrem ou sofreram intervenção durante o mandato de Jair Bolsonaro. Na consulta à comunidade acadêmica, Janir Alves Soares obteve apenas 6% dos votos, mas foi o nomeado pelo governo para ocupar a Reitoria. A sua gestão à frente da universidade é marcada pela perseguição a opositores e movimentos coletivos, pelo esvaziamento dos conselhos superiores e órgãos colegiados, além do não cumprimento das decisões do Conselho Superior. O interventor também está adotando medidas privatistas, como a ampliação do Ensino a Distância (EAD) articulada à proposta do Reuni Digital.
Um dos exemplos mais recentes do autoritarismo do interventor foi a abertura de Processo Administrativo Disciplinar contra o conjunto de ex-membros do Conselho de Curadores (Concur), órgão superior de supervisão que tem o dever de fiscalizar atos da gestão universitária e emitir pareceres, que analisou o relatório de Gestão da UFVJM de 2019. “Destacamos que até o momento os pareceres dos relatórios de gestão de 2019 e 2020, emitidos pelo Concur e que apontaram inconsistências, não foram apreciados pelo plenário do Consu porque o reitor não os colocou em pauta, o que, a nosso ver, fere radicalmente os princípios de uma gestão pública transparente”, destacou a Associação de Docentes da UFVJM (Adufvjm Seção Sindical do ANDES-SN).
“Em nossa avaliação, há uma tentativa de constranger conselheiros(as) e ex-conselheiros(as) do Concur e de inibir o conselho de cumprir seu papel, em claro assédio moral. Assim como tem ocorrido em outros espaços colegiados da universidade, o reitor vem adotando manobras para não colocar em debate temas que o desagradam e revelam o caráter autoritário de sua gestão. Essa atitude empreendida por ele reforça o ambiente de perseguição e medo que se instalou na UFVJM desde a intervenção do presidente Jair Bolsonaro, nomeando um interventor para conduzir a universidade”, também frisou a seção sindical.
ANDES-SN quer garantir a posse dos reitores eleitos com com a nova Presidência
Na última quarta-feira (02), o ANDES-SN participou de uma reunião da Frente de Articulação de reitoras e reitores eleitos(as) e não empossados(as) para discutir ações diante da vitória de Luís Inácio Lula da Silva. O objetivo é assegurar a posse dos dirigentes escolhidos pelas respectivas comunidades acadêmicas.
“Politicamente, se afirmou a importância de abrir canal com a comissão de transição do futuro governo, a fim de pautar o fim das intervenções e reconhecimento e posse dos/as eleitos/as. Nós reafirmamos a luta contra as intervenções como uma tarefa central, a disposição de contribuir para a pauta a ser levada à comissão de transição, destacando que nossa pauta histórica e necessária é pelo fim da lista tríplice e pela autonomia das Instituições Federais de Ensino, em um processo que se inicie e termine no âmbito das universidades”, explicou a secretária-geral do ANDES-SN, Regina Ávila.
Na foto em destaque, o então ministro da educação, Abraham Weintraub, empossa Janir Alves Soares como reitor da UFVJM.
(Assessoria de Comunicação do ANDES-SN com edições da ASPUV)