Eleições da ASPUV: entrevista com a Chapa 2 Muda ASPUV
Dando a oportunidade para que os sindicalizados conheçam melhor as chapas que disputam as eleições 2020 da ASPUV e possam fazer a sua escolha respaldados em muitas informações, o setor de comunicação entrevistou as duas chapas concorrentes.
Para garantir a devida isenção, foram feitas as mesmas perguntas e dado igual espaço máximo às respostas. As duas entrevistas terão esta introdução e serão publicadas na íntegra, exatamente como foram encaminhadas, obedecendo à ordem de inscrição das chapas.
A primeira é com o candidato a presidente pela Chapa 2 Muda ASPUV, o professor José Humberto de Queiroz.
1 Como avalia o atual cenário para a carreira docente e a educação pública?
Tem sido desvalorizada ao longo do tempo, nos aspectos salarial e de reconhecimento como transformadores da sociedade. Isto talvez, por falta de sensibilidade e eficiência das nossas organizações que têm dado muita ênfase ao viés ideológico partidário, isto tem contribuído para que a sociedade não dê o devido valor aos professores/educadores comprometidos com a educação, em especial, à superior. Avalie a nossa Associação (ASPUV), quantos deixaram a mesma nos últimos anos por não concordarem da forma que tem sido conduzida.
2 Se a sua chapa for a eleita, quais ações pretende adotar junto à base para discussão e mobilização frente a esse cenário?
Tentar mobilizar a nossa própria classe (ASPUV) para que possamos junto à sociedade, nos seus mais diferentes níveis, levar a importância da educação de qualidade para o desenvolvimento do nosso Brasil. Com uma visão mais de educador, transformador e resgatador do cidadão, com o comprometimento daquilo que é a nossa missão como servidores públicos, custeados pela sociedade.
3 O trabalho remoto impôs uma nova rotina e uma série de desafios à categoria docente. Como deve ser a atuação da ASPUV frente a ele e a uma possível massificação do formato EaD?
Reconhecemos como outras metodologias, uma ferramenta de comunicação e de transferência/construção do conhecimento. A sabedoria no uso é que deve ser ponderada e exercida. O equilíbrio e a sabedoria no uso dessas ferramentas é que devem prevalecer. Defendemos que o professor deve preparar as suas aulas da melhor maneira possível, mas muito mais do que isto: se preparar para a aula de acordo com a capacidade de aprendizado de seus alunos. A pedagogia deve ser adequada ao público a ser atingido.
4 A ASPUV é uma instância deliberativa e organizativa do Andes-SN. De que forma pretende fazer a ponte e o diálogo com o nosso sindicato nacional?
Da melhor forma possível, sempre com uma posição independente e democrática, respeito e ponderação, apoiando aquilo que é o melhor para a nossa categoria. Sem um viés de subserviência, mas participando de todas as instâncias como os congressos, reuniões setoriais, grupos de trabalho, etc. Inclusive que se atualize com métodos mais interativos com todos os seus associados e com o momento atual.
5 O Andes-SN tem Grupos de Trabalho e outros locais de discussão que pautam temas além dos que atingem diretamente a carreira. Exemplos são as questões étnico-raciais, de gênero e a defesa dos serviços públicos como o SUS. Como a ASPUV deve tratar esses debates e qual espaço pretende dar a eles?
Daremos um espaço pleno. Somos a favor da pluralidade de ideias e sempre, também dando espaço a aqueles que são contraditórios. Plena democracia. Só assim, cresceremos, aperfeiçoando os valores da nossa categoria.
6 Os sindicatos, no geral, vivenciam um momento considerado delicado. Um exemplo foi a proibição do desconto da contribuição em folha, o que atingiu fortemente a ASPUV. Qual a concepção de sindicato defendida pela chapa?
Defendemos a democracia, a honestidade e a seriedade na condução do patrimônio coletivo, essa é nossa concepção. As ações impositivas devem ser evitadas e a questão da contribuição deveria ser optativa pelos associados. O sindicato deve ser mantido pelos seus associados de forma espontânea, como a ASPUV sempre foi, imbuindo em cada um de nós a importância da defesa e a atuação da nossa categoria. Nos últimos anos houve na nossa Associação muitos que se desligaram em razão de uma falta de espaço a aqueles que não concordavam com a política partidária exercida.
7 Recentemente, vimos o acirramento de perseguições a servidores em universidades e outros órgãos públicos. Na UFC, por exemplo, cinco professores estão sofrendo processo administrativo, segundo denuncia o Andes-SN, emfunção de suas atuações sindicais. Também ganhou repercussão o d ossiê, montado pelo Ministério da Justiça, com dados de centenas servidores identificados como antifascistas, entre eles docentes. Em caso do tipo entre a base da ASPUV, como pretende auxiliar e dar o suporte necessário ao professor?
Em primeiro lugar devemos condenar toda e qualquer tipo de perseguição. Na hipótese de colegas serem “perseguidos” devemos dar todo o apoio aos colegas, se os mesmos tiverem dentro dos seus limites como cidadãos/servidores públicos. Fica muito difícil avaliar sem conhecer o devido processo legal. Mas, em síntese, devemos apoiar que todo o processo, no caso, jurídico, atenda a toda a legalidade, dando todo o apoio ao contraditório.
8 Atualmente, a ASPUV se pauta por um diálogo estreito com as entidades representativas de servidores técnicos e estudantes da UFV, outros sindicatos da região e movimentos parceiros. Como avalia essa política e pretende tratá-la?
Continuar com a implementação desse diálogo. Aliás, este é um dos pontos importantes que defendemos: diálogo franco, respeitoso, sem perseguições com relação a opções políticas ou outras formas de falta de respeito às pessoas. Ouvir, ponderar e apoiar aquilo que é licito, correto e que atenda aos objetivos da nossa associação.
9 Entre os projetos parceiros da ASPUV atualmente, temos o Quintal Solidário e o Comitê Quem Luta Educa. Pretende dar continuidade a parcerias como essas? Se sim, em quais condições?
Sim, com toda a certeza, queremos dar continuidade as estas boas ações. Continuaremos com as mesmas ações e apoio atuais e aperfeiçoá-las com o diálogo franco com os representantes desses grupos ou Comitês.
10 No caso de vitória da sua chapa, em linhas gerais, o que esperar da gestão?
Acima de tudo fazer uma gestão DEMOCRÁTICA respeitando a vontade dos afiliados. Avaliar as ações implementadas até o momento pelas gestões anteriores e dar continuidade aquilo que tem sido importante e bom para a nossa categoria. Dentre outras ações pretendemos: Apartidarismo – sem vínculo político-partidário; Revisão do Regimento Social – está obsoleto para os tempos atuais; Organização da prestação de serviços; Transparência administrativa; Previdência e atenção à saúde; Núcleo de proposições e Descontinuidade da eleição diretoria/conselho deliberativo – isto é algo inaceitável e é preciso urgentemente ser modificado no Regimento. E por fim, dar voz a tod@s e criar um ambiente fraternal e de conciliação.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)