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A maioria dos estudantes das universidades federais é negra, vem das escolas públicas e pertence a famílias das classes socioeconômicas mais vulneráveis. É o que mostrou a V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação, realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) e divulgado na última quinta-feira (16). Os número obtidos contrapõem o argumento de que as universidades são ocupadas pela elite e, por isso, podem ser cobradas ou privatizadas.

Confira abaixo uma síntese dos dados levantados:

Renda familiar

Sete em cada dez estudantes de graduação são de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo por pessoa. O total de alunos nessa faixa de renda cresceu mais de 60% desde 2003: saiu de 42,8% para 70,2%.

Confira como é a distribuição, segundo a pesquisa:

• 70,2% – até 1,5 salário mínimo por pessoa;
• 16,75% – entre 1,5 e três salários mínimos por pessoa;
• 5,85% – entre três e cinco salários;
• 2,8% – entre cinco e sete salários;
• 0,83% – de sete a 10 salários;
• 0,57% – de 10 a 20 salários;
• 0,06% – mais de 20 salários.

Escola de origem

A maioria dos estudantes de graduação das federais vem da rede pública. De acordo com o levantamento, 64,7% fizeram integralmente ou a maior parte do ensino médio em escolas públicas contra 35,3% em particulares.

De 2003 para cá, saiu de 37,5% para 60,4% o total de alunos que cursa todo o ensino médio na rede pública.

Negros e indígenas

Pela primeira vez, os negros são maioria nas federais: 51,2%. A Andifes atribui a conquista a políticas de ações afirmativas para ingresso e permanência nas universidades. Mesmo assim, o percentual continua abaixo do de negros na população (60,6%). Em 15 anos, o número de estudantes pretos e pardos saltou de 160.527 para 613.826: um aumento de 282%.

Os indígenas, por sua vez, representam 0,9% dos alunos de graduação (0,4% são aldeados e 0,5%, não aldeados).

Ingresso via cotas

A pesquisa mostrou que 48,3% dos graduando ingressam na universidade via sistema de cotas. Há 15 anos, eram apenas 3,1%.

De acordo com o apurado pela Andifes, quase metade (48%) dos cotistas tem renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa.

Assistência Estudantil

O levantamento tratou também da assistência estudantil. O Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) atende 30% dos graduandos. A maior parcela (17,3%) se beneficia em programas de alimentação, seguido por bolsa permanência (9,4%), transporte (8,2%) e moradia (7,5%).

A V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação foi feita entre os meses de fevereiro e junho de 2018 com alunos de 63 universidades federais nas cinco regiões brasileiras e de dois Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet MG e Cefet RJ). O levantamento ouviu 35,34% dos estudantes da rede federal.

Confira aqui os dados completos apresentados pela Andifes.

(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações da Andifes)