Professora do Departamento de Direito analisa impactos da terceirização sobre trabalhadores, serviços públicos e movimento sindical
A terceirização foi o tema de uma entrevista realizada pela Aspuv com a professora do Departamento de Direito da UFV, Roberta Guerra. Na conversa ela analisa questões como o impacto sobre os trabalhadores, os serviços públicos e o movimento sindical. A docente resgata ainda o histórico do surgimento da terceirização no Japão após Segunda Guerra Mundial: “a partir da década de 80, a ideia da terceirização passou a se generalizar para o resto dos países do mundo e aí tomou uma outro conotação. Qual conotação? A de lançar mão da terceirização para diminuir custos da produção”.
Confira a entrevista na íntegra abaixo:
Terceirização irrestrita
Em agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou lícita a terceirização em todas as etapas produtivas, até mesmo na chamada atividade-fim, ao julgar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324.
Diversos estudos já mostraram o impacto negativo que a terceirização tem sobre os trabalhadores. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), os terceirizados receberam, em média, de 23% a 27% menos, nos últimos anos no país, comparando-se com os não-terceirizados. Em geral, possuem também jornadas de trabalho mais longas e permanecem menos tempo no mesmo emprego. São ainda mais sujeitos a sofrerem acidente de trabalho: oito em cada dez acidentes do tipo no país envolvem trabalhadores terceirizados, de acordo com levantamento da Central única dos Trabalhadores (CUT) em parceria com o Dieese.
(Assessoria de Comunicação da Aspuv)