“Não há comida, água ou assistência médica em Gaza”, denuncia diretor da ONU
“O cheiro da morte está em todo lugar, com corpos deixados nas ruas ou sob os escombros. Missões para resgatar corpos ou prestar ajuda humanitária são bloqueadas”, afirmou diretor da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (UNRWA), Philippe Lazzarini, sobre a situação em Gaza. A declaração consta em uma publicação na rede social X, onde o representante da ONU denunciou a completa falta de alimentos, água e assistência médica na região, devastada após mais de um ano de bombardeios incessantes pelas forças israelenses.
Lazzarini descreveu o cenário de desespero vivido pelos habitantes do norte de Gaza: “eles estão esperando morrer. Sentem-se abandonados, sem esperança, sozinhos. Vivem de momento a momento, temendo a morte a cada segundo”. O diretor da UNRWA também apelou por uma trégua imediata, mesmo que temporária, para permitir a passagem de ajuda humanitária e a evacuação das famílias que buscam abrigo em áreas mais seguras. “Esse é o mínimo necessário para salvar as vidas de civis que não têm nada a ver com este conflito”, concluiu.
As manifestações contra o genocídio do povo palestino têm crescido nas universidades, instituições e países ao redor do mundo. Recentemente, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução pedindo o fim da ocupação ilegal de Israel na Palestina.
Genocídio em Gaza
A ofensiva militar de Israel contra Gaza começou após os contra-ataques do grupo Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns. Desde então, os bombardeios israelenses causaram a morte de mais de 42 mil palestinos, conforme dados da Al Jazeera de 20 de outubro, além de 750 mortos na Cisjordânia. A escalada de violência também deixou quase 100 mil pessoas feridas em Gaza, enquanto a infraestrutura local, incluindo casas, hospitais, universidades e mercados, foi destruída. A ofensiva violenta de Israel se expandiu e agora atinge também o Líbano, onde mais de 700 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas. Segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais, pelo menos 1.489 pessoas já morreram no Líbano, desde 23 de setembro, vítimas dos mais de 1500 ataques aéreos comandados por Israel.
ANDES-SN na luta em apoio à Palestina
O ANDES-SN tem uma longa história de apoio à luta palestina, iniciada em 2003, com ações de solidariedade e boicote ao Estado de Israel. Em 2018, aderiu à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). No 42º Congresso, em 2023, aprovou a moção Não é guerra, é genocídio! e no 67º Conad deliberou por lutar pelo rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel.
Em agosto, o jornalista Breno Altman, que é judeu, esteve em Viçosa para o lançamento do livro Contra o Sionismo: Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista. A ASPUV foi uma das realizadoras da atividade. “Não devemos olhar a questão palestina apenas com os olhos de quem assiste e sofre com o genocídio daquele provo. Nós devemos olhar principalmente com outros olhos. Com os olhos que admiram e se solidarizam com a valentia do povo palestino. Ali na Palestina se trava hoje a principal batalha dos povos do mundo contra o sistema imperialista e neocolonial. Eu não tenho dúvidas em afirmar que a questão palestina é a régua moral dos nossos tempos. Se nós queremos saber, se nós queremos estender de que lado da história nós estamos, a pergunta que a gente deve fazer é: qual é a sua posição sobre a questão palestina?”, disse Altman na ocasião.
Na visita a Viçosa, o jornalista também concedeu uma entrevista conjunta à equipe de comunicação da ASPUV e à TV Viçosa. Na conversa, Altman aborda o processo de elaboração do livro, a importância de ferramentas que trazem outras perspectivas frente ao discurso da mídia hegemônica e a centralidade da luta palestina.
Assista no link a seguir:
(Assessoria de Comunicação da ASPUV a partir de texto do ANDES-SN)