Reforma de Córdoba é o tema da próxima Universidade e Sociedade: prazo para o envio de artigos está aberto
Está aberto o prazo para o envio de textos para a edição 63 da revista Universidade e Sociedade, publicação semestral editada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). O número terá como tema central A Reforma de Córdoba: permanências e rupturas nas lutas pela educação pública e gratuita. Os materiais devem ser encaminhados até o dia 21 de setembro para o e-mail andesregsp@uol.com.br. As orientações sobre o envio estão disponíveis aqui.
A Universidade e Sociedade tem como objetivo fomentar pesquisas e debates sobre experiências acadêmicas, sindicais e sociais, que fortaleçam a luta docente em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
A Reforma de Córdoba
O movimento, que ficou conhecido como Reforma de Córdoba, completa 100 anos em 2018. Até hoje, é considerado um marco para a construção de uma universidade com a identidade latino-americana.
No início do século XX, a Argentina passava por importantes transformações. Jovens da recentemente formada classe média urbana começavam a acessar a universidade. Em 1916, Hipólito Yrigoyen foi eleito presidente por sufrágio universal masculino pela primeira vez na história do país. As estruturas da educação, entretanto, eram conflitantes com as mudanças do novo século.
A Universidade de Córdoba era então dirigida pela oligarquia rural católica. O recém-constituído movimento estudantil da classe média urbana exigia mudanças na estrutura da educação: defendia que os estudantes pudessem participar da gestão da universidade, que os docentes tivessem liberdade de cátedra e que a instituição cumprisse um papel social para fora de seus muros. O movimento cobrava ainda que a universidade tivesse autonomia de gestão e que houvesse eleições para os cargos de comando.
Respondendo a algumas das reivindicações estudantis, o presidente Yrigoyen nomeou o Procurador Geral da Nação como interventor na universidade. Este, por sua vez, iniciou uma mudança no estatuto da instituição e chamou eleições, mas apenas entre os docentes. Em 15 de junho de 1918, com o candidato jesuíta Antonio Nores eleito reitor, os estudantes começaram um movimento. A administração da universidade foi ocupada e o Manifesto de Córdoba escrito e divulgado pelo país.
Após muita pressão, Nores renunciou, e o presidente nomeou um novo interventor, desta vez, o ministro da justiça, José Salinas. Em 12 de outubro, Yrigoyen publicou, finalmente, um decreto que respondia às ânsias do movimento estudantil cordobês e democratizava também as demais universidades do país (Buenos Aires, Tucumán e La Plata). O movimento “reformista” se espalhou também pelos outros países do continente. Até hoje, cem anos após a Reforma, suas bandeiras são base de movimentos que defendem a universidade pública na América Latina.
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Em destaque na foto, movimento estudantil de Córdoba (crédito: reprodução internet).
(Assessoria de Comunicação da Aspuv com informações do Andes)