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Seção Sindical dos Docentes da UFV
Governo relança Reuni Digital para ampliar EaD: dez universidades já aderiram

O Ministério da Educação apresentou uma nova versão do Programa para Expansão da Educação a Distância nas Universidades Públicas Federais (Reuni Digital). O objetivo é ampliar o número de vagas em cursos superiores a distância. A apresentação ocorreu na mesma semana na qual o governo voltou a cortar recursos das instituições federais de ensino, inviabilizando a manutenção das atividades presenciais até o fim do ano.

Ataque à educação superior de qualidade

O ANDES-SN é contra o Reuni Digital. Para o sindicato, o projeto amplia a precarização, ataca o tripé ensino-pesquisa-extensão e intensifica a concepção da educação superior como mercadoria. Vale lembrar que, antes mesmo da pandemia, o governo já havia publicado a Portaria nº 2.117/2019, que aumentou de 20% para 40% a carga horária máxima na modalidade EaD autorizada para os cursos presenciais de graduação

“O Reuni Digital é mais um projeto de ataque à educação brasileira, sobretudo à Universidade Pública. E esse ataque é frontal ao tripé indissolúvel, que é o ensino, a pesquisa e a extensão, em um momento em que o governo pensa em ampliar as vagas no ensino superior, dentro que uma lógica mercantilista, que busca, inclusive, atender metas do Plano Nacional de Educação (PNE)”, criticou a primeira vice-presidenta da Regional Planalto  e integrante da coordenação do Grupo de Trabalho de Política Educacional do ANDES-SN, Neila Nunes de Souza. O PNE estabeleceu elevar o índice de matrículas na educação superior para 50% para a população de forma geral (taxa bruta) e 33% para a população de 18 a 24 anos (taxa líquida) até 2024. O Reuni Digital prevê que seja assegurada a expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.

Para a diretora do ANDES-SN, o governo quer aproveitar o momento de retorno às atividades presenciais, após a adoção do ensino remoto emergencial, para ampliar a EaD: “o que vimos com a pandemia e o ensino remoto emergencial é que essa modalidade, além de precarizar a qualidade do ensino ofertado, é excludente, pois nem todos estudantes têm acesso à internet de qualidade e às ferramentas necessárias”.

Dez universidades já aderiram ao programa em caráter piloto. São elas: as Universidades Federais do Amazonas (UFAM), do Mato Grosso do Sul (UFMS), do Mato Grosso (UFMT), do Cariri (UFCA), do Piauí (UFPI), Rural da Amazônia (UFRA), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), de Alfenas (Unifal) e de Itajubá (Unifei), além da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

ANDES-SN é contra esse modelo de educação a distância

O ANDES-SN, historicamente, posiciona-se contrário a esse modelo de educação a distância, que desconsidera o papel importante da vivência nos espaços universitários, essencial para a formação dos alunos. Conforme estabelecido no Caderno 2 – que trata da sua proposta para a universidade brasileira, o sindicato nacional defende que “o ensino deve ter um caráter formador e crítico, ser presencial, para construir na interação com a pesquisa e a extensão, a autonomia do pensar e do fazer no exercício profissional e na ação social”. 

Leia nota da Diretoria do ANDES-SN sobre o Reuni Digital aqui.

*Crédito da foto em destaque: divulgação MCTIC

(Assessoria de Comunicação da ASPUV)

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