Após novo bloqueio, universidades e colégios federais perdem R$ 619 milhões em um mês
As instituições federais de ensino sofreram um novo bloqueio orçamentário na última sexta-feira (24). Com isso, chega a R$ 619 milhões o total que as universidades e os colégios da rede perderam somente em junho, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
No primeiro bloqueio, no início do mês, as universidades tiveram cerca de R$ 220 milhões contingenciados e os colégios, R$ 92 milhões. Na semana passada, foram R$ 217 milhões e, novamente, R$ 92 milhões, respectivamente. O recurso será remanejado a outras áreas, sobretudo ao Programa de Garantia de Atividade Agropecuária, que receberá metade das verbas retiradas da educação federal.
“Foram retirados recursos que impactam em todas as nossas ações. A manutenção das nossas escolas, a realização de atividades de pesquisa, de ensino, de extensão, de assistência estudantil que garanta a permanência e êxito dos nossos estudantes”, destacou o presidente do Conif e reitor do IFPA, Cláudio Alex Jorge da Rocha.
A Andifes chama atenção ainda para as prioridades do governo ao efetuar os bloqueios. Enquanto as universidades têm as suas atividades inviabilizadas, as emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”, não perderam sequer um real.
UFV
Ainda na sexta, quando se deu o novo bloqueio, a UFV divulgou uma nota, em que afirma que “os cortes selam a inviabilidade de funcionamento das Ifes brasileiras”. O corte de 8,3% nas verbas previstas para a universidade na Lei Orçamentária Anual de 2022 equivale a R$ 7,16 milhões No texto, o reitor Demetrius David da Silva diz: “teremos que paralisar nossas atividades antes do término do segundo semestre letivo, caso não haja suplementação orçamentária ao longo do ano de 2022″.
No mesmo dia, representantes da Andifes foram ao Ministério da Educação (MEC), em busca de informações sobre a nova perda orçamentária. Segundo a associação, no encontro, deixaram claras a gravidade da situação e a inviabilidade do funcionamento das instituições sem a recomposição das verbas.
(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações do jornal O Globo e UFV)