ANDES-SN critica Reuni Digital: programa quer expandir EaD nas universidades
O Reuni Digital pode ser o novo ataque do Governo Federal à garantia de uma educação superior pública de qualidade. O alerta parte do ANDES-SN, em uma nota na qual chama atenção para os perigos desse novo programa e convoca a sua base para derrotá-lo.
“A proposta de Reuni Digital acaba por atacar o tripé ensino, pesquisa e extensão, intensificando a concepção da educação superior como mercadoria e não como direito social. Da mesma forma, desconsidera o papel importante da vivência dos espaços universitários, essencial para a formação do(a)s estudantes. Importa registrar que bem distante da anunciada preocupação do governo em atingir metas de matriculas e de escolarização, contidas no Plano Nacional de Educação 2014-2024, o que se vislumbra é o reforço do eixo desse governo, que a universidade tem que ser para poucos”, destaca o sindicato nacional.
O ANDES-SN enfatiza ainda que o Reuni Digital vem na esteira de outras ações para ampliar ao ensino a distância. Exemplo é a a Portaria nº 2.117/2019, que aumentou de 20% para 40% a carga horária máxima na modalidade EaD autorizada para os cursos presenciais de graduação. Paralelamente, as universidades continuam sofrendo com os sucessivos cortes orçamentários. O mais recente é o bloqueio de 7,2% nas verbas do Ministério da Educação, que deverá incidir de forma linear em todos os órgãos da pasta (inicialmente, o governo anunciou contingenciamento de 14,5%, mas acabou recuando para 7,2%).
A nota da Diretoria do ANDES-SN sobre o Reuni Digital pode ser lida na íntegra aqui.
O que é o Reuni Digital?
O Reuni Digital é um programa do Governo Federal para a criação, até 2024, de 1,6 milhão de vagas nas universidades federais destinadas à graduação a distância. Pretende ainda implantar a primeira Universidade Federal Digital do país. O projeto seria lançado no último dia 31, mas a cerimônia foi desmarcada pelo Ministério da Educação.
O ANDES-SN, conforme estabelecido no Caderno 2 – que trata da sua proposta para a universidade brasileira, defende que “o ensino deve ter um caráter formador e crítico, ser presencial, para construir na interação com a pesquisa e a extensão, a autonomia do pensar e do fazer no exercício profissional e na ação social”.
*Crédito da foto em destaque: divulgação MCTIC
(Assessoria de Comunicação da ASPUV)