Setor financeiro é o grande beneficiário do sistema da dívida pública, afirma coordenadora da Auditoria Cidadã ao Rádio Aspuv
A coordenadora da organização Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, foi a entrevistada da última edição do ano do Rádio Aspuv. No programa, ela chamou atenção para o fato de a dívida pública brasileira ser usada como justificativa pelo Governo Federal para implantar medidas como a reforma da Previdência e privatizações, além de ter sido transformada em um grande esquema para beneficiar o setor financeiro: “é um grande esquema mundial, que usa a dívida como mecanismo de transferência de renda, de receitas públicas para o setor financeiro”, afirmou. Quem perdeu ou quiser escutar novamente o radiojornal é só clicar aqui.
Produzido pelo setor de divulgação da seção sindical, o Rádio Aspuv foi veiculado ao longo do segundo semestre na Rádio Universitária FM 100,7. Em dez edições, o programa abordou assuntos relacionados, por exemplo, à educação pública, aos direitos trabalhistas e à carreira docente. Todos os programas estão disponíveis no site da Aspuv.
Dívida pública brasileira
A dívida pública brasileira é a soma de todas as dívidas do Estado, sejam elas contraídas no país (dívida interna) ou no exterior (dívida externa). Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, em outubro deste ano, a dívida chegou a R$ 3,438 trilhões. Como, de acordo com os dados oficiais, esse número não para de crescer, o governo alega serem necessárias diversas medidas de cortes e contenção de despesas, como a Emenda Constitucional (EC) 95, que congelou os gastos públicos por 20 anos.
No entanto a dívida brasileira nunca foi auditada, apesar de essa investigação estar prevista na Constituição Federal. Isso significa que não se sabe ao certo para onde está indo o dinheiro usado para o pagamento da dívida nem como ela chegou ao valor atual. Para se ter ideia, o orçamento anual para 2018, aprovado no Congresso Nacional, prevê que quase um terço dos recursos federais (R$1,16 trilhão) será destinado ao refinanciamento da dívida pública e outros R$ 316 bilhões para o pagamento dos juros. Esses números são superiores ao total destinado à educação (R$ 89 bilhões) e à saúde (R$ 119,2 bilhões).
(Assessoria de Comunicação da Aspuv)