Trabalhadores da Eletrobras estão em greve pela não privatização da empresa
Trabalhadores do sistema Eletrobras estão em greve. O movimento, que se iniciou em 17 de janeiro com os funcionários de Furnas, já atinge seis empresas, incluindo a própria Eletrobras.
Os eletricitários têm pautas específicas, de acordo com a unidade na qual atuam. Mas, no geral, lutam pela não privatização da empresa; pela manutenção da cobrança referente aos planos de saúde em 10%, não em 40% como quer a direção da empresa; e contra o teto no pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o que penaliza os que recebem menos.
Para evitar que os consumidores sejam prejudicados, os eletricitários estão atendendo as situações emergenciais.
Processo de privatização da Eletrobras tem supostas fraudes
Os trabalhadores em greve denunciam que a direção da Eletrobras está pressionando para que o Tribunal de Contas da União (TCU) libere a venda da empresa.
No fim do ano passado, o ministro do tribunal, Vital do Rego, pediu vistas no processo sobre a privatização por considerar que não estavam claros os impactos sobre as tarifas que os consumidores iriam pagar. Já esta semana, o jornal Valor Econômico revelou que o gabinete do ministro encontrou um erro nos cálculos relativos ao processo, o que indicou uma enorme subavaliação no valor proposto para a venda. A falha ocorreu no cálculo da potência das usinas hidrelétricas e a correção somará bilhões de reais ao custo de compra da Eletrobras. Rego deve devolver o processo até o próximo mês.
Somente com a aprovação pelo plenário no TCU é possível dar andamento à venda. Mesmo assim, a empresa já convocou uma Assembleia Geral dos Acionistas para debater o assunto. “A empresa não deveria discutir a venda sem o TCU não ter terminado de analisar as inconsistências e irregularidades no processo de privatização da Eletrobras. Na prática, o governo está atropelando tudo, enviando ao Tribunal estudos incompletos e insuficientes, quando os ministros da Corte pedem um estudo completo antes de decidirem a questão”, disse a vice-presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Fabíola Latino Antezana, à CUT.
Impactos da privatização da Eletrobras
Uma possível privatização da Eletrobras trará grandes impactos para os brasileiros. Entre as principais consequências, está o aumento da conta de luz, que deve subir 20%. Esse encarecimento já foi previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2018, quando o debate sobre a venda da Eletrobras veio à tona, ainda durante o governo de Michel Temer (MDB). As tarifas mais caras se refletem também nas pequenas e médias empresas, que poderão não conseguir manter as portas abertas, aumentando o desemprego.
Outros reflexos da venda serão o risco maior de apagões e o enfraquecimento da soberania nacional.
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(Assessoria de Comunicação da ASPUV com informações da CUT e UOL)